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França enfrenta greve de trens contra reforma trabalhista

13:59 | Mai. 18, 2016
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Mudanças propostas pelo governo resultam em mais uma de uma série de paralisações, reduzindo pela metade serviços ferroviários no país. Polícia faz protesto contra violência em manifestações. A série de greves e protestos de sindicatos na França das últimas semanas, para forçar o governo a desistir de uma reforma nas leis trabalhistas, ganhou um novo agravante nesta quarta-feira (18/05), com a adesão de trabalhadores portuários e ferroviários. A paralisação reduziu pela metade os serviços de trens no país e causou o cancelamento do tráfego de embarcações para o Reino Unido. A circulação de trens de alta velocidade e municipais foi reduzida entre 40% e 50%, e afetou também as linhas suburbanas, informou a empresa estatal SNCF. Os ferroviários deverão manter a greve até a manhã desta sexta-feira. Caminhoneiros, por sua vez, mantiveram os bloqueios de estradas erguidos nesta terça-feira. O objetivo é barrar entregas para um centro de distribuição de um supermercado e um depósito de combustível. Polícia sobrecarregada Também nesta quarta-feira, a polícia organizou o próprio ato de protesto, em razão do aumento da violência contra os membros da corporação. O sindicato dos policiais exige do governo medidas mais rígidas contra os atos violentos. Um porta-voz informou que cerca de 350 policiais sofreram ferimentos nas manifestações recentes, e um deles teve o crânio fraturado. Alguns manifestantes chegaram a arremessar bombas e projéteis caseiros contra a polícia. O porta-voz disse que o número de desordeiros que agiram com maior violência durante os protestos entre 200 e 300 pessoas foi, em grande parte, motivado pelo "ódio contra os policiais". A polícia diz estar sobrecarregada em razão das medidas de segurança adicionais estabelecidas pelo estado de emergência decretado após os ataques terroristas em Paris, em novembro. Ameaça à proteção ao trabalhador A reforma trabalhista proposta pelo do governo, a um ano da eleição presidencial, tem como objetivo simplificar as contratações e demissões, além de descartar regulamentações nacionais que impedem que as empresas adotem suas próprias regras para o pagamento dos salários. O governo afirma que as reformas irão incentivar a contratação por parte das empresas, resultando em avanços no combate ao desemprego, que se mantém acima dos 10%. Os críticos, porém, argumentam que as medidas põem em risco as proteções trabalhistas asseguradas há muitos anos pela legislação. O presidente François Hollande disse que não pensa em se candidatar à reeleição caso não consiga reverter ao menos parcialmente o desemprego. Segundo pesquisas, as reformas propostas pelo governo são rejeitadas por três em cada quatro pessoas no país. RC/rtr/dpa

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