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Presidente da Fifa aparece nos "Panama Papers"

18:25 | Abr. 05, 2016
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Gianni Infantino assinou contratos com offshore em negociação de direitos de transmissão. Donos de empresa estão envolvidos em escândalo de corrupção no futebol, acusados de pagar propina a funcionários da Fifa. O sucessor de Joseph Blatter na presidência da Fifa, Gianni Infantino, assinou contratos com uma das empresas offshore reveladas na série de reportagens chamada de "Panama Papers" na época em que foi diretor do departamento jurídico da Uefa, afirmou nesta terça-feira (05/04) o jornal alemão Süddeutsche Zeitung (SZ). Os donos da offshore Cross Trade são Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, ambos acusados pela Justiça americana no escândalo de corrupção da Fifa. Os contratos assinados por Infantino eram referentes aos direitos de transmissão de jogos da Liga dos Campeões, Liga da Europa e Supercopa europeia e movimentaram quase 140 mil dólares. Por meio dessa transação, os argentinos da Cross Trade adquiram o direito para transmitir as partidas e depois o revenderam para uma emissora equatoriana por quase 440 mil dólares. Nos últimos meses, o Süddeutsche Zeitung questionou Infantino, por escrito, em diversas ocasiões, sobre essa ligação. Um porta-voz da Fifa disse que o presidente da entidade não teve "pessoalmente" relações de negócios com os argentinos ou sua empresa durante seu período na Uefa. Inicialmente, o órgão máximo do futebol europeu também negou qualquer ligação entre Infantino e os Jinkis. Porém, há alguns dias, disse que a assinatura do atual presidente da Fifa aparecia no contrato ao qual o jornal alemão fazia referência. Pai e filho Jinkis, Hugo e Mariano, chegaram a ser presos nos Estados Unidos pelo envolvimento no escândalo de corrupção na Fifa. Os argentinos são acusados de pagar propina para funcionários da entidade máxima do futebol em troca de contratos de transmissão de jogos mais baratos. Posteriormente, esses direitos eram revendidos por valores muitos superiores ao pago por suas empresas. Infantino nega irregularidades Após a publicação da matéria, Infantino negou irregularidades. "Estou desapontado e não aceitarei que minha integridade seja coloca em dúvida por certos setores dos meios de comunicação, especialmente depois de a Uefa ter divulgado em detalhes todos os fatos referentes a esses contratos", disse em comunicado enviado à agência de notícias AFP. Infantino lembrou ainda que a Uefa está fazendo uma revisão de seus contratos comerciais e tem respondido a questões da imprensa referentes a esses documentos. O presidente da Fifa ressaltou que nunca negociou pessoalmente com a Cross Trading e seus diretores e que o processo foi realizado pelo departamento de marketing do órgão máximo do futebol europeu. "Não há nenhuma indicação de quaisquer irregularidades, nem por parte da Uefa, e nem em relação a mim", reforçou Infantino. CN/sid/afp/ots

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