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Opinião: Alívio para Clinton após vitória clara em Nova York

08:22 | Abr. 20, 2016
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Com triunfo incontestável em "seu estado", ex-primeira-dama afasta de vez ameaça de Sanders e caminha para concretizar candidatura democrata. Entre os republicanos, tudo ainda em aberto, opina a correspondente Ines Pohl. As primárias desta terça-feira (19/04), em Nova York, trouxeram apenas uma surpresa: uma notável sensação de alívio para a equipe de Hillary Clinton. Quando os americanos começaram a ir às urnas, ninguém questionava que a ex-primeira-dama, eleita duas vezes senadora pelos nova-iorquinos, conseguiria uma vitória clara em "seu estado". Mas este ano já mostrou que nada pode ser dado como certo nem mesmo por ela. Se seu principal rival, Bernie Sanders, tivesse ficado na casa dos dez pontos percentuais de distância dela, a já arranhada imagem da ex-secretária de Estado como favorita dos democratas sofreria novo e significativo abalo. Ela precisava de uma vitória clara no estado que chama de casa. E um triunfo como este com 58% dos votos contra 42% de Sanders foi especialmente importante para manter o moral dela elevado perante seus eleitores. Mesmo antes de os nova-iorquinos terem ido às urnas, uma maioria considerável dos eleitores tinha votado em Clinton, mas a série de pequenas vitórias de Sanders vinha tendo uma influência na corrida democrata. Muitos dos eleitores de Clinton pareciam cansados e frustrados. Em conversas privadas, eles admitiam que a situação lembrava as primárias de 2008, quando o então pouco conhecido senador por Illinois Barack Obama fez o que muitos consideravam impossível e venceu o império políticos dos Clinton. A dúvida é se o autointitulado socialista Bernie Sanders, com sua imagem de revolucionário e com o apoio de eleitores jovens, tem força para repetir a mesma façanha. Quando os primeiros resultados começaram a sair em Nova York, era possível sentir o alívio no Hotel Sheraton, onde os eleitores de Clinton celebraram a vitória dela. Após a série de vitórias de Sanders, havia tanta energia como não se via há muito tempo. Todo mundo sabia que Nova York seria o teste derradeiro: se Clinton não fosse bem sucedida no estado, ganhar as eleições gerais em novembro seria difícil independentemente do adversário. Em seu discurso de vitória, Clinton expressou seus agradecimentos efusivos aos eleitores e, visivelmente aliviada, se divertiu entre a multidão. As muitas, muitas mulheres no salão a abraçaram e não foram poucas as que exibiram lágrimas de alívio. Clinton finalmente chegou lá. Graças a um impulso dos nova-iorquinos, há pouca chance de que algo poderá tirar dela a nomeação como candidata democrata à Casa Branca. Por outro lado, não há muito o que analisar quando se trata das primárias republicanas. Mesmo após a clara vitória de Donald Trump, ainda não está claro como o partido vai lidar com as candidaturas em sua convenção. A situação é a mesma das últimas semanas: esperar e ver. O que está claro é que os republicanos vão realizar sua convenção entre 18 e 21 de julho, em Cleveland, e que os delegados terão que escolher entre aceitar o candidato mais votado ou apoiar outro nome possivelmente jogando a legenda numa crise existencial. Clinton está ciente deste dilema. Após a vitória em Nova York, ela pode tirar seu foco dos rivais democratas e se centrar numa campanha contra seu futuro adversário republicano nas eleições de novembro. Chegou o momento de esta disputa começar. Autor: Ines Pohl

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