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Ministra da Bélgica renuncia, em meio a acusações de falhas na segurança

09:00 | Abr. 15, 2016
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A ministra dos Transportes da Bélgica, Jacqueline Galant, renunciou nesta sexta-feira, em meio a acusações de que teria ignorado advertências sobre problemas no monitoramento de segurança e no financiamento do Aeroporto de Bruxelas. Com isso, ela se tornou o primeiro membro do governo a perder o posto após os ataques terroristas do mês passado no país.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, confirmou que aceitou a renúncia de Jacqueline, integrante do mesmo partido centrista dele. "Eu saúdo a dignidade que ela mostra", comentou o premiê.

A pressão sobre a ministra cresceu nos últimos dias, após relatórios da Comissão Europeia vazados mostrarem que o braço executivo da União Europeia havia advertido várias vezes que a autoridade de aviação civil do país não realizava checagens suficientes nos aeroportos belgas.

A comissão está encarregada de garantir que aeroportos, companhias aéreas e reguladores nacionais implementem leis da UE sobre segurança na aviação. A Comissão Europeia também levantava dúvidas sobre problemas na autoridade de aviação civil, controlada pelo Ministério dos Transportes. Um dos ataques ocorridos em 22 de março na Bélgica foi no aeroporto de Bruxelas.

Em entrevista coletiva, a ministra atribuiu as críticas a uma campanha pessoal. Ela rejeitou as alegações de que teria negligenciado questões de segurança. "Na verdade, se há uma área para a qual eu sempre dei atenção era essa", afirmou.

Funcionário sênior do Ministério dos Transportes, Laurent Ledoux se demitiu e criticou duramente os métodos da ministra, que segundo ele ignorou pedidos por mais financiamento para o monitoramento de segurança no aeroporto.

Os ataques de 22 de março mataram 16 pessoas no aeroporto e outras 16 em uma estação de metrô de Maelbeek. Mais de 300 pessoas se feriram.

Dois outros membros do governo, o ministro do Interior, Jan Jambon, e o da Justiça, Koen Geens, ofereceram seus cargos, mas Michel manteve a dupla.

Um porta-voz do partido da agora ex-ministra, o Movimento Reformista, afirmou que a sigla deve indicar um sucessor para o posto "o mais rápido possível". Fonte: Dow Jones Newswires.

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