Cristina Kirchner depõe sobre fraude no banco central da Argentina
Milhares de partidários estavam agrupados do lado de fora do tribunal e aclamaram quando Cristina foi levada por oficiais para ser interrogada a portas fechadas, comemorando de novo quando ela saiu pouco tempo depois. Eles seguravam cartazes com os dizeres "Não toquem em Cristina!" e "Nós voltaremos" ao poder.
O juiz Claudio Bonadio chamou Cristina para testemunhar sobre seu suposto papel na decisão do Banco Central de vender dólares no mercado futuro com preços artificialmente baixos, meses antes de deixar a presidência em dezembro. Até o momento, há uma grande diferença entre a taxa oficial do peso contra o dólar e a taxa de negociação no mercado paralelo.
Bonadio disse que a venda de dólares abaixo da taxa de mercado custa ao Estado cerca de US$ 5,2 bilhões, e permite que compradores ganhem muito dinheiro com a transação. Cristina negou ter cometido qualquer forma de crime.
Cristina, acompanhada por seu advogado, entregou a Bonadio uma declaração escrita que dizia: "Somente em exercício de abuso do poder judicial para esse caso ir adiante."
Em seu discurso, a ex-presidente reagiu às críticas e disse que não tinha nada a esconder. "Eles podem me chamar (para depor) 20 vezes. Eles podem me prender, mas eles não vão me impedir de falar o que eu penso", disse ela a milhares de espectadores.
Bonadio tem dez dias para decidir se acusa Cristina ou desiste de investigá-la. Cristina, que esteve no poder entre 2007 e 2015, não tem foro privilegiado.
Quando a ex-presidente decidiu não concorrer a outro cargo no governo ano passado, ação que concederia a ela certas proteções, aliados afirmaram que esse era um indicativo da inocência de Cristina em relação a diversas alegações que envolveram ela e seu governo durante anos. Fonte: Associated Press.
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