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Cientistas descartam conexão entre terremotos no Equador e no Japão

12:59 | Abr. 18, 2016
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Cidade equatoriana de Manta após o terremotoCurto intervalo entre os tremores que deixaram centenas de mortos levantou hipótese de eventos estarem relacionados. Ambos os países estão localizados no chamado Círculo de Fogo do Pacífico. Apenas 32 horas separaram um terremoto de magnitude 7 no Japão na sexta-feira passada e outro de magnitude 7,8 no Equador, no outro lado do Oceano Pacífico, no sábado. Outro tremor, mais fraco, havia abalado o território japonês na última quinta-feira. Apesar do curto período que separou os eventos nos dois países, não há uma conexão entre eles, afirmou a revista News Scientist nesta segunda-feira (18/04). "É difícil ver qualquer relação porque Japão e Equador estão muito distantes um do outro", disse à publicação Phil Cummins, especialista em sismologia da Universidade Nacional da Austrália. "As coisas acontecem por acaso. Pode haver grupos de terremotos que podem parecer conectados, mas na verdade não são." Günther Asch, sismologista do Centro de Pesquisa Alemão de Geociências de Potsdam, afirma que não era possível prever o tremor no Equador após os do Japão. "O que aconteceu no Japão não provocou o terremoto no Equador. A simultaneidade é acaso", disse à DW. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) também afirmou que grandes terremotos separados por tamanha distância provavelmente não estão relacionados. Tanto o Japão quanto o Equador estão localizados no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma área onde há forte atividade vulcânica e grande incidência de terremotos. No entanto, enquanto o tremor no Equador envolveu as placas tectônicas Sul-Americana e de Nazca, os no Japão resultaram de uma falha numa única placa, a Euroasiática, segundo o USGS. No Japão, ao menos 42 pessoas morreram nos dois terremotos, e no Equador, ao menos 350. Em comum entre os eventos nos dois países há o fato de que agora ambas as regiões estão sob risco de novos tremores, alertou Cummins. "Um terremoto muda o campo de stress numa área específica, então ele pode provocar outros terremotos ou inibi-los. É uma relação complicada, que depende da geometria da falha que se rompeu, assim como da geometria das falhas próximas", disse à News Scientist. LPF/rtr/dw/ots

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