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Visita a Cuba é "oportunidade histórica", diz Obama

Ao discursar para funcionários da recém-reaberta embaixada dos Estados Unidos em Havana, presidente americano fala em construir novos laços entre os dois países
09:31 | Mar. 21, 2016
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi recebido neste domingo, 20, com aplausos em Havana, onde inicia uma visita de 48 horas a Cuba, após décadas de hostilidades entre os dois países. É a primeira vez que um líder americano visita a ilha caribenha em 88 anos.

Como parte de um tour em Havana, Obama e sua família visitaram a Catedral da cidade. Uma multidão reunida na praça diante da igreja aplaudiu o presidente americano, gritando seu nome. Obama cumprimentou alguns cidadãos cubanos antes de entrar na igreja.

Ao discursar para funcionários da recém-reaberta embaixada dos EUA em Havana, reunidos num hotel, Obama classificou a visita de "histórica". "É uma oportunidade histórica de fazer contato direto com o povo cubano e estabelecer novos acordos comerciais e construir novos laços entre nossos povos. E para mim, é uma oportunidade de apresentar minha visão de futuro, que é mais brilhante que nosso passado."

Após a polêmica envolvendo a ausência do presidente cubano, Raúl Castro, no momento em que Obama aterrissou no Aeroporto Internacional Jose Martí, em Havana, a Casa Branca disse que não há motivo para ofensa.

Ben Rhodes, conselheiro de segurança de Obama, afirmou que "nunca foi contemplada ou discutida" a presença de Castro no aeroporto. Ele afirmou que os cubanos consideram a cerimônia marcada para a manhã desta segunda-feira, com Obama e Castro presentes, o evento oficial de boas-vindas.

A visita teria sido impensável até Obama e Castro concordarem, em dezembro de 2014, em acabar com um distanciamento que começou quando a revolução cubana derrubou um governo pró-EUA, em 1959. Os dois países reataram as relações diplomáticas em julho passado.

Embargo comercial

Apesar da reaproximação, o embargo comercial imposto pelos EUA durante a Guerra Fria ainda pesa sobre a ilha, com poucas perspectivas de que seja removido pelo Congresso americano, dominado pelo Partido Republicano.

O governo dos EUA, porém, realizou mudanças regulatórias para permitir o comércio e viagens entre os dois países. Depois de Cuba, o presidente americano visitará, nos dias 23 e 24 de março, a Argentina.

Horas antes da chegada de Obama, a polícia cubana deteve dezenas de militantes do movimento dissidente Damas de Branco, criado por mulheres de opositores ao regime comunista, após o desfile que realizam todos os domingos.

Nesta segunda-feira, além da reunião com Raúl Castro, Obama visita o Memorial José Martí. Um encontro com Fidel Castro não está previsto. O momento mais aguardado por muitos em Cuba será nesta terça-feira, quando o presidente americano fará um discurso, transmitido pela TV, no qual falará diretamente ao povo cubano.

LPF/rtr/ap/efe

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