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ONG denuncia mais de 160 ataques químicos na Síria

08:48 | Mar. 14, 2016
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Aleppo está em ruínas após cinco anos de guerra civilEm cinco anos de guerra civil, armas químicas provocaram quase 1,5 mil mortes. Sociedade Médica Síria-Americana afirma que emprego desse tipo de arsenal aumentou em 2015, com participação do "Estado Islâmico". Em cinco anos de guerra civil na Síria, foram registrados 161 ataques com armas químicas, afirmou a Sociedade Médica Síria-Americana (SAMS) em relatório divulgado nesta segunda-feira (14/03). O documento constata que esses incidentes deixaram quase 1,5 mil mortos e mais de 14,5 mil feridos. "Desde o início do conflito na Síria, houve numerosas e terríveis violações de direitos humanos, incluindo o uso sistemático de armas químicas", afirmou a ONG, com sede nos Estados Unidos, em comunicado. A SAMS também afirmou que o uso de armas químicas no conflito está aumentando. Somente no ano passado foram registrados 69 ataques do tipo. O relatório é baseado em informações de profissionais de saúde que cuidaram de vítimas, além de outras ONGS e fontes locais. O documento é o mais abrangente já publicado sobre o tema. O relatório revela a existência de outras 133 denúncias de ataques químicos, além dos 161, que não puderam ser substancialmente confirmadas. A organização fez um apelo aos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU e à comunidade internacional para identificar rapidamente os atores desses crimes e julgá-los no Tribunal Penal Internacional (TPI). As informações presentes no documento foram repassadas à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq). "Estado Islâmico" Em 2014, investigadores da Opaq começaram a desmantelar o arsenal químico do regime do presidente Bashar al-Assad, em acordo com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de 2013 aprovada após um ataque nos subúrbios de Damasco que matou centenas de civis. No entanto, os Estados Unidos e países do Ocidente acusam o governo de ainda possuir armas químicas e usá-las no conflito. O relatório afirma que 77% dos ataques ocorreram depois de 2013 e que a maioria foi registrada no ano passado. O governo sírio nega o uso desse tipo de armamento contra a população. Nos últimos meses, relatos indicaram que o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) estaria usando armas químicas no conflito. "Até o verão de 2015, os tipos de agentes químicos usados e o número de atores usando armas químicas aumentaram, com atores não estatais, incluindo o EI, usando gases mostarda e cloro", afirma a SAMS. Em fevereiro deste ano, os Estados Unidos capturaram o responsável pela unidade de desenvolvimento de armas químicas do EI. Em seu interrogatório, o jihadista deu detalhes sobre como o "Estado Islâmico" conseguiu carregar o gás mostarda em armamentos. Crimes de guerra Mahmoud Cherif Bassiouni, especialista em crimes de guerra da ONU, afirmou que a documentação sobre o uso de armas químicas na Síria será útil para assegurar que os autores dos ataques sejam responsabilizados por crimes de guerra e contra a humanidade. "A documentação desses crimes internacionais, assim como de outros, será útil algum dia, quando ocorrer a responsabilização penal", disse Bassiouni. De acordo com as Nações Unidas, o conflito na Síria já deixou mais de 250 mil mortos e levou metade da população do país a abandonar suas casas. CN/ap/dw

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