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Merkel elogia Turquia e critica países da UE

11:42 | Mar. 16, 2016
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Europa não honra a si mesma com brigas internas, enquanto turcos merecem elogios por abrigarem 2,7 milhões de refugiados, afirma a chanceler federal alemã, que volta a defender solução europeia para a crise. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, voltou a defender uma solução europeia para a crise dos refugiados, que ela chamou de "o maior desafio em décadas", tanto para a Alemanha como para a Europa, numa declaração perante o Bundestag (Parlamento alemão), nesta quarta-feira (16/03). "Nós, como um continente rico, temos de vencer esse desafio", afirmou. A líder alemã não poupou elogios à Turquia e a sua política de refugiados e, ao mesmo tempo, criticou os demais países-membros da União Europeia (UE). "O que a Turquia está fazendo por mais de 2 milhões de refugiados, melhor dito, por cerca de 2,7 milhões de refugiados, para isso não há elogios que bastem. A Europa, como uma união de 28 países, com 500 milhões de cidadãos, não honra a si mesma com essa dificuldade de redistribuir o peso", disse. Merkel argumentou que, no longo prazo, a Alemanha só estará bem se a Europa também estiver bem. "Esse alívio momentâneo que a Alemanha e outros países-membros experimentam agora é um coisa. A situação na Grécia é outra bem diferente, e ela não deve ser duradoura", alertou. Do contrário, a Europa vai sair de uma situação ruim para outra ainda pior. O importante, segundo Merkel, é reduzir o número de refugiados para todos os países-membros, e não apenas para alguns. Por isso, Merkel defendeu, perante os parlamentares alemães, o recente acordo entre a União Europeia e a Turquia. Ela disse que ela e os demais chefes de Estado e de governo vão acertar os detalhes desse acordo nesta sexta-feira, na cúpula da União Europeia em Bruxelas. O governo alemão defende o plano, que é visto com reservas ou mesmo criticado em vários outros países europeus. A Turquia, principal ponto de partida dos migrantes que chegam à Europa, propôs na semana passada à União Europeia combater as redes de tráfico de pessoas e receber de volta os refugiados que cheguem ilegalmente à Grécia, em troca de 6 bilhões de euros, isenção de vistos europeus para cidadãos turcos e aceleração das negociações de adesão do país à UE. O plano prevê ainda que a Turquia envie à Europa o mesmo número de refugiados que receber de volta. O objetivo desse plano, destacou Merkel, é "eliminar o estímulo para os refugiados subirem num barco de traficantes e empreender a arriscada travessia até a Europa". Além disso, o plano ordena o fluxo de refugiados e prevê uma divisão justa das cargas dessa crise, que afeta tanto a Turquia como a UE. "A implementação dessa proposta poderia acabar com o fundamento do negócio dos traficantes de pessoas no Mar Egeu e substituí-la por uma alternativa legal, que seria mais segura para os refugiados e controlável para a Europa", argumentou Merkel. AS/dpa/rtr/efe

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