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Imagens 3D para preservar patrimônio sírio

15:53 | Mar. 15, 2016
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Grande Mesquita de DamascoMapeamento em três dimensões de monumentos sírios é esperança para preservação das construções em meio à guerra civil, ao menos em memória. Grande Mesquita de Damasco é um dos locais que já ganharam versão 3D. Uma equipe francesa de peritos digitais vem colaborando com arqueólogos da Direção-Geral de Antiguidades e Museus Síria (DGAM) para mapear em detalhes os monumentos culturais do país ameaçados pela guerra civil, iniciada há exatos cinco anos. O banco de dados da instituição, considerado o maior registro em três dimensões do patrimônio sírio, foi divulgado na internet nesta sexta-feira (15/03). A start-up francesa Iconem desenvolveu uma tecnologia fotogramétrica que permite ao menos preservar a memória dessas construções. "Esta solução dá a nossos sítios arqueológicos uma verdadeira esperança de renascimento e permite que a memória dele seja preservada, aconteça o que acontecer", disse o diretor da DGAM, Maamoun Abdulkarim. Três locais já têm sua versão 3D, incluindo a Mesquita de Umayyad ou Grande Mesquita de Damasco, cuja construção foi finalizada no século 8º e que é vista por alguns muçulmanos como o quarto lugar mais sagrado do islã. Novas versões 3D de patrimônios serão publicadas a cada semana, segundo Eric Thibaut, colaborador da Iconem. Outro lugar famoso que já foi reconstruído em três dimensões é o Krak dos Cavaleiros, castelo próximo à devastada cidade de Homs. Apesar de a construção, localizada no topo de uma montanha, ter cicatrizes, os danos sofridos durante o conflito intenso na região felizmente são limitados. O castelo está entre um dos seis locais sírios na Lista de Patrimônios Mundiais da Unesco em perigo. "Por ora, o mapeamento tem como foco construções que ainda existem, como uma medida de prevenção", afirma Thibaut. Diferentemente de sua mesquista-irmã em Damasco, a Mesquita de Umayyad de Aleppo foi destruída em 2013 devido à guerra civil. Arco do Triunfo de Palmira Outra iniciativa similar, liderada pelo Instituto de Arqueologia Digital, forneceu 5 mil câmeras 3D a funcionários de ONGS e arqueólogos para reunir milhões de registros desses locais ameaçados. O banco de imagens deve ser publicado até o fim deste ano. O objetivo é usar a maior impressora 3D do mundo para reproduzir em tamanho real do Arco do Triunfo de Palmira, na Síria, destruído pelo "Estado Islâmico" (EI) em outubro do ano passado. A reprodução deve ser exposta na Times Square de Nova York e na Trafalgar's Square de Londres. Militantes do EI também provocaram indignação mundo afora ao destruírem os templos de Bel, do século 1º, e de Baalshamin, em Palmira, em agosto do ano passado. A Unesco lamentou a destruição de tesouros de "um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo".

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