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Depois de Ancara, novo atentado suicida em Istambul deixa 4 mortos

A Turquia encontra-se em alerta reforçado desde o ano passado, depois de uma série de atentados sangrentos atribuídos aos jihadistas do grupo Estado Islâmico
16:13 | Mar. 19, 2016
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Tipo Notícia
Um atentado suicida em uma zona comercial do centro de Istambul deixou, neste sábado, quatro mortos e 36 feridos, o último ataque da série sem precedentes que sacode a Turquia desde o verão (hemisfério norte).

Seis dias depois de outro atentado reivindicado por um grupo curdo que matou 35 pessoas em Ancara, um suicida se explodiu na grande rua de pedestres Istiklal, na parte europeia de Istambul, pela qual passam diariamente centenas de milhares de pessoas e vários turistas. O último balanço oficial indica quatro mortos - três israelenses e um iraniano - e 36 feridos, entre eles outros israelenses, dois irlandeses, um islandês, um iraniano, um alemão e um cidadão de Dubai.

"Foi um atentado suicida, um ataque terrorista", afirmou o governador de Istambul, Vasip Sahin, que declarou que o suicida também morreu. O atentado não foi reivindicado até o momento, mas a imprensa próxima ao governo turco identificou o autor como Savas Yildiz, de 33 anos, um turco apresentado como combatente do grupo Estado Islâmico, embora esta informação não tenha sido confirmada por uma fonte oficial.

Em vários vídeos divulgados pela imprensa turca e nas redes sociais, é possível ver o suicida se dirigindo a um pequeno grupo de pessoas que passa por um edifício oficial.
"Detonou-se diante de um grupo de pessoas, em frente à subprefeitura: há dois alvos diferentes possíveis", informou à AFP uma fonte diplomática ocidental. "Todas as pistas estão em aberto", a curda e a jihadista, completou.

Em um comunicado, o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu condenou os autores do ataque e prometeu continuar "combatendo todas as formas de terrorismo". "Ouvi uma explosão quando estava dentro do café. Quando saí, todo mundo corria em todas as direções", disse Mustafá, garçom, à AFP. "Vi por todas as partes pessoas atiradas ao chão, uma verdadeira carnificina".

"Escutamos uma forte explosão. Nos aproximamos da janela e então vimos pedaços de corpos colados nos vidros", disse à AFP Ahmet, uma testemunha do ataque que vive em um edifício situado em frente ao local do atentado. A rua Istiklal foi esvaziada depois do atentado, assim como grande parte da praça Taksim, segundo jornalistas da AFP no local. Um helicóptero da polícia sobrevoava a região, onde havia vários policiais armados.

A Turquia encontra-se em alerta reforçado desde o ano passado, depois de uma série de atentados sangrentos atribuídos aos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e aos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que retomaram seus enfrentamentos com as forças de segurança turcas.

No domingo passado, um atentado com carro-bomba contra um ponto de ônibus custou 35 vidas no centro da capital turca. Em 17 de fevereiro, uma ação similar deixou 29 mortos também no coração de Ancara.

Estes dois ataques foram reivindicados por um grupo radical curdo próximo ao PKK, os Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), que prometeu continuar seus ataques contra o Estado turco.

Por sua parte, a União de Comunidades do Curdistão (KCK), organização ligada ao PKK, divulgou um comunicado condenando o ataque: "Como movimento curdo de liberdade, nos opomos aos ataques contra civis e condenamos os ataques que os tomam como objetivo. Apresentamos nossas condolências às vítimas", completou.

Os Estados Unidos condenaram "com firmeza" o atentado em Istambul e prometeram ser "solidários" com seu aliado turco, enquanto a União Europeia se manifestou declarando seu "apoio" contra a "ameaça terrorista".

Envergonhado pelas críticas que denunciam as falhas de segurança após o atentado de Ancara, o presidente Recep Tayyip Erdogan reacionou relançando sua guerra contra os "cúmplices" dos "terroristas" curdos. Desde o domingo passado, mais de 320 pessoas, advogados, funcionários políticos e intelectuais ou simples partidários da causa turca foram detidos.


AFP

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