Participamos do

Acompanhe transmissão ao vivo: Obama chega a Havana

17:33 | Mar. 20, 2016
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Barack Obama chegou neste domingo, 20, a Havana no início da primeira e histórica viagem de um presidente dos Estados Unidos à ilha comunista em 88 anos.

No avião presidencial pousou às 16h25 (horário local, 17h25 horário de Brasília) no aeroporto internacional José Marti, segundo observou uma equipe da AFP.

O presidente postou em sua página do Twitter "Como vai, Cuba?".

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine
[VIDEO1] 

A sua primeira parada será um encontro casual com funcionários da embaixada dos EUA em Havana, seguido de um passeio a pé por Havana Velha. Durante o passeio, Obama planeja visitar a catedral católica romana da cidade. Ele será saudado pelo cardeal Jaime Ortega, que, juntamente com o Papa Francisco, ajudou a facilitar a distensão entre os EUA e Cuba, que levou à histórica visita de Obama.

Obama e Castro devem se reunir na segunda-feira para uma série de eventos oficiais, incluindo um jantar de estado e declarações para a mídia. Obama ficará em Havana até terça-feira à tarde, quando voa para a Argentina. 

Opositores detidos antes da chegada de Obama

A poucas horas da chegada do presidente Barack Obama em Havana, dezenas de ativistas liderados pelas Damas de Branco que protestavam contra o governo comunista foram detidos e levados a veículos por agentes do Estado.

Ao fim da marcha que as Damas de Branco costumam fazer aos domingos na capital cubana, e que dessa vez contou com a participação de outros opositores, grupos do governo encurralaram os manifestantes.
Quase no mesmo momento a polícia apareceu. As Damas de Branco e os ativistas da dissidência foram levados à força em direção aos ônibus em meio a gritos de "gusanos" (anticastristas) vindos de apoiadores do governo. Danilo Maldonado e Berta Soler, líder das Damas de Branco, estão entre os detidos.
"Obama está sendo cúmplice de um governo, de uma ditadura", disse Maldonado à AFP uma hora antes de ser detido.

Os dissidentes costumam ser levados a veículos oficiais e liberados pouco depois. Nenhuma autoridade no local falou com a imprensa para explicar os motivos da operação.

A Polícia cubana, que não interrompeu o protesto das Damas de Branco, usou a força para conduzir vários homens aos ônibus. Pelo menos dois deles foram postos contra uma cerca e algemados.

Com a chegada da polícia, as mulheres se sentaram no chão para tentar evitar as detenções, em meio aos gritos dos manifestantes favoráveis ao governo, que as chamavam de "mercenárias" e "gusanas" (anticastristas).
[SAIBAMAIS 2] Dos ônibus, os opositores pediram por "liberdade".

As Damas de Branco se concentraram no Parque Mahatma Gandhi da Quinta Avenida de Havana, próximo à igreja de Santa Rita, para repudiar o governo comunista antes de assistir à missa e marchar em silêncio.

Jornalistas de várias partes do mundo que estão em Havana por causa da visita de Obama acompanharam a manifestação, repleta de críticas ao presidente dos Estados Unidos por sua suposta condescendência com o governo de Raúl Castro.

"Obama chegou em um momento em que não deveria ter vindo", disse Soler à AFP. Dirigindo-se ao presidente, acrescentou: "você disse que viria se houvesse avanços em direitos humanos, e isso não aconteceu".
Em uma carta dirigida há oito dias a Damas de Branco, organização criada pelas esposas dos presos políticos e considerada ilegal em Cuba, Obama prometeu que trataria diretamente com Castro os "obstáculos" aos direitos humanos na ilha.

Entre outras atividades que marcarão a volta de um presidente dos EUA à ilha depois de 88 anos, Obama prevê reunir-se com dissidentes e fazer um discurso ao povo cubano, que será transmitido ao vivo pela televisão.

Cuba, que nega ter presos políticos e atribui as detenções a infrações do direito penal, antecipou que não negociará com os Estados Unidos qualquer mudança em sua política como consequência da visita de Obama.

Muito crítica ao presidente americano, Soler disse acreditar que Obama "exija que o governo cesse a violência e dê anistia aos presos políticos".

A ativista, que está entre os convidados para reunir-se com Obama, pediu também para que os EUA condicione qualquer "negócio" em Cuba em relação aos direitos humanos.

 

AFP

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente