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Motorista do Uber é suspeito de matar a tiros seis pessoas no Michigan

O suspeito feriu gravemente uma mulher em frente a um condomínio de apartamentos, horas depois matou duas pessoas em uma concessionária e em seguida outras quatro
18:51 | Fev. 21, 2016
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Tipo Notícia

Um homem detido neste domingo, 21, por suspeita de ter matado a tiros seis pessoas no estado americano do Michigan (norte) era motorista do serviço de transporte privado Uber e pode ter atendido passageiros antes do massacre.


O Uber informou que o suspeito, Jason Brian Dalton, um homem branco de 45 anos, era motorista da empresa e explicou ter revisado seus antecedentes antes de contratá-lo, sem encontrar qualquer registro de crime.


"Estamos horrorizados e com o coração partido diante da violência sem sentido em Kalamazoo, Michigan", destacou, em um comunicado enviado à AFP Joe Sullivan, chefe de segurança do Uber.

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"Nossos corações e orações estão com as famílias das vítimas deste crime devastador e daqueles que se recuperam de ferimentos. Fizemos contato com a polícia para ajudar em sua investigação da forma que pudermos", acrescentou.
Os ataques ocorreram na noite de sábado na localidade de Kalamazoo, 190 km a oeste de Detroit, e o suspeito foi detido nos primeiros minutos deste domingo em uma blitz.


Segundo as autoridades, o suspeito feriu gravemente uma mulher em frente a um condomínio de apartamentos, horas depois matou duas pessoas em uma concessionária de veículos e em seguida outras quatro, além de ferir uma adolescente em um restaurante.


"Parece que o que temos é alguém dirigindo por aí, encontrando com pessoas as quais dispara para matar", disse o subchefe da polícia de Kalamazoo, Paul Matyas, ao canal 24 Hours News 8, afiliado à CNN.


"Este é o pior pesadelo, quando tem alguém armado disparando e matando pessoas ao acaso", completou. O procurador do condado de Kalamazoo, Jeff Getting, identificou o suspeito como Jason Brian Dalton, de 45 anos.


Getting informou que Dalton será indiciado na segunda-feira por assassinato. Ele acrescentou que o suspeito é acusado de atirar contra oito pessoas, seis das quais morreram.


Segundo o procurador, não há "razões para acreditar" que havia mais pessoas envolvidas no crime. Informes prévios que mencionaram um sétimo falecido, uma adolescente, eram incorretos, informou o procurador, que declarou que a jovem está "gravemente ferida".


Ainda não há informações sobre as motivações do agressor, que dirigia um carro Chevrolet azul. "Estamos investigando sua ligação com o Uber e se esteve ou não atendendo clientes entre os tiroteios", disse o chefe de Segurança Pública de Kalamazoo, Jeff Hadley, segundo a emissora CNN.


O Uber oferece transporte de passageiros por meio de um aplicativo de celular em mais de sessenta países, provocando protestos entre os taxistas.

A série de tiroteios começou às 18H00 locais, quando o atacante abriu fogo contra uma mulher que estava junto de seus três filhos no exterior de um complexo de apartamentos. A vítima foi gravemente ferida, mas espera-se que sobreviva.
O seguinte ataque ocorreu às 22H00 locais, quando matou um jovem de 18 anos e um adulto em uma concessionária de automóveis, segundo Getting.

 

Por último, cerca de 15 minutos depois, matou mais quatro pessoas em um restaurante. Alguns vídeos na concessionária e no restaurante ajudaram sua detenção. Dalton, de cabelo meio longo, com bigode e uma barba fina, foi preso duas horas mais tarde, quando um ajudante do xerife viu seu carro abandonado em um bar local.


"O carro continuou. O Departamento de Polícia e de Segurança Pública de Kalamazoo pôde mobilizar várias pessoas como medida de segurança. Detiveram o carro sem incidentes. Foram capazes de prender o suspeito sem nenhum incidente significativo", disse Getting.


A polícia encontrou uma arma semi-automática e "provas adicionais" no veículo, informou o procurador. Os tiroteios de Kalamazoo, condado de 76.000 habitantes, se somam a uma série de incidentes similares cada vez mais frequentes nos Estados Unidos, onde as armas são de fácil acesso e seu porte está amparado na Segunda Emenda da Constituição.


Entre os casos recentes está o ataque de San Bernardino em dezembro passado, com 14 mortos e 22 feridos; além do massacre da escola de Sandy Hook, em dezembro de 2012, que matou 20 crianças e seis adultos.


O presidente americano, Barack Obama, declarou em 1º de janeiro que uma de suas principais metas para este ano seria lutar contra a "epidemia" das armas, apesar do bloqueio do Congresso neste campo.


Os ataques com armas de fogo deixam 30.000 mortes por ano nos Estados Unidos, onde os tiroteios deste tipo estão aumentando.

 

De acordo com o site gunviolencearchive.org, em 2015 foram registrados 330 tiroteios em massa nos Estados Unidos, muito mais que no ano anterior (281). Os incidentes aconteceram em quase todo o país, tanto em cidades grandes quanto em pequenas.

AFP

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