Incêndio na Cinemateca Brasileira destrói mil rolos de filme
Material audiovisual perdido era feito de nitrato de celulose, que é inflamável. Obras incluíam curtas-metragens e cinejornais antigos e, segundo o Ministério da Cultura, quase todas possuem cópias.
Um incêndio atingiu o prédio da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (03/02), destruindo cerca de mil rolos de filme antigos, segundo o Ministério da Cultura (MinC). Não houve vítimas.
O fogo atingiu apenas a câmara 3 do depósito de filmes, onde estão as obras de nitrato de celulose, que é inflamável e, por isso, fica em local afastado do restante do complexo. O material é característico da produção de películas brasileiras até a década de 50. Segundo nota do MinC, dos mil rolos de filme destruídos, 17 eram de curtas-metragens, e o restante, de cinejornais.
"O nitrato de prata torna o material autoinflamável, por isso o galpão já era isolado. Felizmente, quase todo o material perdido tem cópias que correspondem diretamente aos originais, sem perda de qualidade", afirmou João Brant, secretário-executivo do ministério.
Brant também se pronunciou no Facebook para lamentar o ocorrido. "Estamos em um trabalho de reestruturação da Cinemateca. Ontem mesmo assinamos dois contratos que materializam essa retomada, e agora essa tragédia", escreveu.
O Corpo de Bombeiros foi chamado por volta das 5h30 (no horário local) e enviou oito viaturas ao local para combater o fogo e resfriar os prédios vizinhos. Segundo o Minc, às 6h20, o fogo já havia sido controlado.
O ministério informa que as causas do incêndio ainda estão sendo apuradas. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, há suspeitas de que o forte calor que atingiu a cidade nesta semana pode ter provocado a combustão espontânea dos rolos.
Com o maior acervo de imagens em movimento da América Latina, a Cinemateca Brasileira abriga cerca de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil títulos, tanto nacionais quanto estrangeiros, produzidos a partir de 1895. O prédio fica no bairro de Vila Clementino, na zona sul de São Paulo.
EK/abr/ots
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