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Espermatozoides criados em laboratório dão esperança para infertilidade masculina

Os investigadores manipularam células estaminais embrionárias de roedores para se tornarem células germinativas semelhantes às que constituem o esperma
18:40 | Fev. 25, 2016
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Pesquisadores chineses conseguiram criar esperma de ratos em laboratório, o que pode representar uma expectativa de conceber um tratamento eficaz contra a infertilidade, que afeta até 15% dos casais.

Os investigadores manipularam células estaminais embrionárias de roedores para se tornarem células germinativas semelhantes às que constituem o esperma. Posteriormente, eles injetaram em um óvulo que produziu embriões, que foram, por sua vez, implantados em ratos fêmeas. Estes, então, tiveram um filhote perfeitamente normal.

Os trabalhos, publicados nesta quinta-feira, 25, nos Estados Unidos na revista "Cell Stem Cell", proporcionam uma plataforma de pesquisa que poderiam um dia ser usadas para tratar a infertilidade masculina, que responde a um terço de todos os casos de infertilidade, estimaram os cientistas.

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"Reproduzir células germinativas in vitro ainda é o principal objetivo da biologia reprodutiva e da medicina", afirmou Jiahao Sha, da faculdade de Medicina de Nanquim, na China, co-autor do estudo. "Esses trabalhos oferecem uma grande promessa para o tratamento da infertilidade masculina", garante.

"Estabelecemos um método sólido, etapa por etapa, que reproduz a formação de células de esperma viáveis in vitro. Este método é totalmente conforme as normas internacionais de referência na matéria, recentemente propostas por um grupo de biólogos especialistas em reprodução".

As células-tronco são derivadas de células tronco e estão na origem da formação de células reprodutivas (esperma em pessoas do sexo masculino e ovócitos em pessoas do sexo feminino). Estas células contêm toda a informação genética de um indivíduo, que transmitem para o embrião. Uma das principais causas de infertilidade masculina é a incapacidade de criar células germinais nos testículos, através de um tipo de divisão celular, a meiose, sem a qual não é possível formar esperma viável, explicam estes biólogos.

Embora tenham comemorado este progresso, os cientistas não envolvidos no trabalho demonstraram cautela sobre sua potencial aplicação em seres humanos. "Este estudo em ratos é excelente cientificamente para compreender o processo de meiose", estima Darren Griffin, professor de genética na Universidade de Kent, na Grã-Bretanha. No entanto, "devemos ser cautelosos quando se trata de conceber uma possível opção para o futuro tratamento da infertilidade masculina", apontou.

AFP

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