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Cresce violência contra migrantes em Calais

19:13 | Fev. 12, 2016
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Onda de ataques contra requerentes de asilo na região do acampamento preocupa autoridades francesas, mas moradores também relatam violência policial. Prefeitura anuncia novas remoções. O número de ataques contra migrantes na região de Calais, no norte da França, e em outras partes de país tem aumentado, de acordo com voluntários e moradores. Na quinta-feira, a polícia prendeu sete suspeitos armados com bastões de ferro que pretendiam atacar curdos iraquianos próximo ao acampamento onde vivem quase 4 mil migrantes que tentam alcançar o Reino Unido pelo Eurotúnel. O grupo teria ligação com a extrema-direita francesa. "A ideia que eles vendem é que há muitos migrantes na França", afirmou o promotor Eric Fouard. De acordo com um centro de atendimento judiciário a refugiados em Calais, os migrantes também são vítimas de violência policial. "Tem um menino de 13 anos que teve um pé quebrado. E dez dias antes de ser atacado pela polícia, teve o nariz quebrado por racistas", conta Marianne Humbersot, que recebe as denúncias. A quantidade de ataques nos últimos meses sugere que as ações têm sido coordenadas por grupos xenófobos. Na semana passada, apoiadores do movimento Pegida marcharam em Calais em protesto contra a presença de migrantes. Remoções Mais de mil moradores do acampamento terão de deixar o local, anunciaram autoridades locais nesta sexta-feira (12/02). Segundo a prefeita de Pas-de-Calais, Fabienne Buccio, o plano de remover pessoas que vivem em barracas na região afeta metade da área conhecida como "selva". Buccio já sugeriu que pretende esvaziar o campo. A operação terá início na segunda-feira. Buccio disse que os agentes vão orientar os migrantes a se mudar para containeres, com capacidade para 1,5 mil pessoas, instalados ao redor do acampamento ou concordar em serem enviados a outros centros de acolhida na França. Em meio a lixo e lama, voluntários e requerentes de asilo da Síria, Iraque, Afeganistão e países do norte da África construíram lojas, igrejas, mesquitas e escolas. A prefeitura estima que cerca de 3,5 mil migrantes estejam vivendo no acampamento. Meses atrás, eram mais de 6 mil. A prefeitura quer que apenas 2 mil migrantes fiquem no local. KG/ap/rtr

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