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Capa de revista polonesa causa indignação

14:00 | Fev. 19, 2016
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Publicação conservadora usa foto de mulher loira sendo atacada para ilustrar série de reportagens sob a manchete "O estupro islâmico da Europa". Nas mídias sociais, imagem é comparada à propaganda nazista. Foi recebida com indignação nesta sexta-feira (19/02) a capa da última edição da revista polonesa wSieci, que estampa a imagem de uma mulher loira, vestida com uma bandeira da União Europeia (UE), sendo atacada por braços morenos, sob a manchete: "O estupro islâmico da Europa." A revista é uma publicação conservadora de tom populista, que diz noticiar aquilo que a "mídia e a elite de Bruxelas" estão escondendo dos cidadãos europeus. Sua última edição, além da polêmica capa, traz matérias como "O inferno da Europa" sobre os ataques sexuais em Colônia e "A Europa quer cometer suicídio?". Nas mídias sociais, a revista foi recebida com uma enxurrada de críticas, com usuários comparando a capa a cartazes de propaganda da Alemanha nazista e da Itália fascista. Jornais tradicionais, como o inglês The Guardian e o americano The Washington Post, chamaram a edição de "altamente inflamatória" e "parte de uma história longa e racista". A autora da matéria de capa, Aleksandra Rybinska, se justificou à emissora britânica BBC. Segundo ela, a imagem é simbólica, e é necessário debater sobre os diferentes "valores, tradições e visões de mundo" dos imigrantes. "Depois dos eventos do réveillon em Colônia, o povo da velha Europa percebeu, dolorosamente, os problemas gerados pelo grande fluxo de imigrantes", escreveu Rybinska na reportagem. Após o réveillon em Colônia, mais de mil queixas foram registradas na polícia, mais da metade delas de abuso sexual. O escândalo expôs temores sobre a integração dos 1,1 milhão de imigrantes que entraram ao país no ano passado embora ainda não sejam conhecidas as identidades dos autores e foi fator-chave na mudança de rumo do debate sobre a crise migratória na Europa. O governo polonês vem resistindo à pressão da União Europeia para que receba mais refugiados. Em novembro passado, o primeiro-ministro Beata Szydlo rejeitou a cota imposta por Bruxelas, de 4.500 migrantes, e citou os ataques terroristas de Paris como motivo. RPR/ots

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