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Oposição síria ameaça deixar negociações em Genebra

11:47 | Jan. 31, 2016
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Membros da coalizão exigem fim de bombardeios, libertação de presos e ajuda humanitária para uma possível transição política na Síria. Representante do regime de Assad diz que não negocia "com terroristas". Representantes do Comitê de Altas Negociações (HNC) coalizão que reúne políticos e grupos armados de oposição sírios se encontraram pela primeira vez neste domingo (31/01) com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, em Genebra. Eles ameaçam deixar as negociações de paz, que ocorrem desde sexta-feira na sede das Nações Unidas, caso exigências não sejam atendidas. O grupo quer a libertação de presos detidos em cadeias do governo, fim de bombardeios contra civis e garantia de ajuda humanitária a cidades sitiadas, em troca de avanços na transição política no país. "Nós só viemos a Genebra depois de receber garantias e compromissos", afirmou Bassma Kodmani, integrante da delegação. "Não podemos iniciar negociações políticas até que tenhamos esses gestos." O chefe da delegação do regime do presidente Bashar al-Assad, o embaixador sírio na ONU, Bashar al-Jaafari, comparou membros da oposição a terroristas apoiados por potências estrangeiras. "Não vamos lidar com terroristas", afirmou. "Há potências estrangeiras endossando agendas externas com o objetivo de fazer pressão política sobre o governo sírio, usando o terrorismo como arma política." Perguntado se o regime de Assad considera criar corredores humanitários, promover cessar-fogo e libertar prisioneiros al-Jaafari respondeu: "Absolutamente, isso é parte da agenda com a qual estamos de acordo e será um dos tópicos importantes que discutiremos entre nós como cidadãos sírios." A guerra civil na Síria, que começou em março de 2011, já deixou mais de 260 mil mortos e milhões de deslocados. O conflito originou duas séries de negociações, denominadas Genebra 1 e Genebra 2, que não obtiveram resultados. A ONU estima que cerca de 500 mil sírios estejam sob cerco das forças do regime de Bashar al-Assad, dos rebeldes ou de outros grupos. Segundo as Nações Unidas, 75% das entregas de ajuda humanitária foram bloqueadas pelo governo. KG/afp/rtr

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