ONU pede que Irã e Arábia Saudia evitem escalada das tensões na região
Segundo a porta-voz da entidade, Stephane Dujarric, Ban fez telefonemas aos ministros de Relações Exteriores dos dois países, o iraniano Mohammad Javad Zarif e o saudita Adel Al-Jubeir. Nas conversas, o secretário-geral teria pedido que os líderes da região "evitassem lançar mais combustível ao fogo".
Ontem à noite, a Arábia Saudita rompeu relações diplomáticas com o Irã, horas depois de manifestantes invadirem e atearem fogo em sua embaixada em Teerã. Riad retirou seus representantes da missão diplomática no Irã e ordenou que diplomatas iranianos saiam do reino.
O ataque ocorreu um dia depois do governo saudita executar 47 pessoas condenadas por terrorismo. Uma dessas pessoas era o clérigo xiita Nimr al-Nimr, que tinha 56 anos. Ele fazia oposição à dinastia sunita Al-Saud, que comanda no país desde a sua criação, em 1932. A execução de al-Nimr gerou indignação em líderes xiitas do Irã, enquanto multidões invadiram a embaixada saudita em Teerã.
Nos Estados Unidos, o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, disse que o presidente Obama acredita "no engajamento diplomático e em conversas diretas para trabalhar as diferenças". "Nós continuaremos a pedir que líderes da região tomem ações positivas para acalmar as tensões", disse Kirby.
A chefe de relações exteriores da União Europeia, Federica Mogherini, disse em comunicado hoje ter conversado com Zarif ao telefone, e pedido que o Irã "reduza as tensões e proteja os diplomatas sauditas". Já a Alemanha conclamou os dois lados a refazer os laços diplomáticos. As relações entre os dois países "são de fundamental importância para resolver as crise da Síria e do Iêmen, e para a estabilidade da região como um todo", disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert.
Na Rússia, a agência estatal de notícias RIA Novosti publicou, citando um diplomata graduado, que Moscou teria se oferecido para mediar as conversas entre Teerã e Riad. Não se sabe se o governo russo teria feito chegar a proposta a algum dos lados.
Além disso, a Somália e o Kuwait também emitiram um comunicado criticando o Irã. A Somália caracterizou a ação no Irã como uma "flagrante violação do direito internacional". Já o Kuwait condenou os ataques contra a embaixada saudita e expressou seu apoio ao reino, caracterizando o ataque como uma "flagrante violação da convenção" de Genebra, que obriga os Estados a garantirem os postos diplomáticos. O comunicado não mencionou qualquer mudança nas relações do Kuwait com o Irã. Fonte: Associated Press.
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