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Erdogan cita a Alemanha de Hitler ao defender presidencialismo

17:26 | Jan. 01, 2016
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Ao ser questionado sobre suas ambições de um sistema presidencialista, chefe de Estado da Turquia cita o Terceiro Reich como exemplo. Ancara alega que comentários foram tirados de contexto. Após ser questionado se um "Estado unitário" pode existir com suas ambições de um sistema presidencialista, o chefe de Estado da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, citou a Alemanha de Hitler como um exemplo de sistema presidencial efetivo. Posteriormente, nesta sexta-feira (1º/01), Ancara alegou que os comentários de Erdogan foram tirados de contexto. "Em um sistema unitário [como o da Turquia], um sistema presidencialista pode funcionar perfeitamente", disse Erdogan, depois de voltar de uma viagem à Arábia Saudita, segundo a imprensa turca. "Já existem exemplos no mundo. É possível ver isso quando você olha à Alemanha de Hitler", acrescentou. No entanto, o gabinete de Erdogan retrucou os relatos da mídia e afirmou que as palavras de Erdogan foram tiradas de contexto. Segundo Ancara, o presidente turco citou a era nazista como um exemplo negativo para explicar que maus governos podem surgir em todos os sistemas políticos. "Seja num sistema parlamentar ou num sistema presidencial: maus governos que terminam em desastres podem surgir se o sistema é mal utilizado, como foi na Alemanha de Hitler", afirmou o comunicado. "É inaceitável repercutir a declaração do presidente como uma referência positiva sobre a Alemanha de Hitler." Erdogan tem pressionado por mudanças na Constituição da Turquia, elaborada em 1980 depois de um golpe militar, a fim de transformar o papel meramente cerimonial do presidente do país num de chefe do Executivo, semelhante aos sistemas de Rússia e Brasil. Atualmente, o presidente turco detém poderes somente sobre o Conselho Nacional de Segurança e sobre decisões militares. Segundo declarações anteriores de Erdogan, dando poderes executivos ao presidente, como o controle sobre orçamento e projetos de infraestrutura em detrimento ao primeiro-ministro , aceleraria as tomadas de decisão. Os críticos de Erdogan afirmam que suas ambições poderiam dar poderes abrangentes a um homem que tem exibido condutas e medidas cada vez mais autoritárias. Partidos da oposição disseram favorecer mudanças constitucionais para tornar a Turquia mais democrática, mas que estão receosos de que certas alterações possam dar poderes demasiados ao Executivo. PV/rtr/ap/afp

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