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Tribunal de apelação condena Oscar Pistorius por assassinato de namorada

Ele abriu fogo contra Reeva Steenkamp, em fevereiro de 2013. O drama fez cair do pedestal um atleta que era visto como herói nacional e símbolo de superação

09:11 | 03/12/2015
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O Tribunal Supremo de Apelação da África do Sul declarou nesta quinta-feira, 2, Oscar Pistorius culpado de assassinato pela morte de sua namorada Reeva Steenkamp, o que pode resultar em uma pena de pelo menos 15 anos de prisão. O campeão paralímpico é "culpado de assassinato, pois teve intenção criminal" quando abriu fogo contra Steenkamp, em fevereiro de 2013, afirmou o juiz Eric Leach.

Isso não significa um novo processo, e sim simplesmente uma nova deliberação para modificar a pena de prisão. June Steenkamp, a mãe da vítima, estava presente no tribunal de Bloemfontein e permaneceu impassível durante o anúncio do veredicto, abraçada por uma amiga.

Seu marido, que se encontra em sua cidade, Port-Elizabeth, declarou a uma tv local que estava satisfeito com o novo veredicto. Em primeira instância, Pistorius foi condenado a cinco anos de prisão por "homicídio culposo".

O magistrado explicou que o caso foi "enviado à jurisdição de primeira instância", onde acontecerá uma nova deliberação para modificar a sentença. Pistorius matou Steenkamp com quatro tiros através da porta do banheiro em que a modelo havia se trancado na casa em que os dois moravam em Pretória, em fevereiro de 2013.

Durante todo o julgamento, que contou com ampla cobertura da mídia sul-africana, Oscar Pistorius, amputado de ambas as pernas, sempre afirmou acreditar ter matado a namorada por engano, ao achar que um ladrão teria invadido sua casa e se escondido no banheiro.

O Tribunal de Apelação não questionou a versão do acusado, que afirma ter acreditado que atirava contra um ladrão e que a namorada estava na cama. Mas considerou que Pistorius não poderia ignorar o risco de matar alguém, independente de quem fosse a vítima, ao disparar quatro balas de grande calibre através da porta de um banheiro pequeno.

"É inconcebível que uma pessoa razoável pudesse pensar que estava autorizada a atirar com uma arma de grande calibre", disse o juiz. "Deveria ter previsto que a pessoa atrás da porta poderia ficar ferida. Por isto, não dever ter sido condenado por homicídio culposo, e sim por assassinato", completou.

O atleta foi condenado em outubro de 2014 e saiu da penitenciária um ano depois, passando ao regime de prisão domiciliar na luxuosa residência de seu tio, além de cumprir trabalhos de interesse comunitário. O drama fez cair do pedestal um atleta que era visto como herói nacional e símbolo de superação.

Amputado com 11 meses de idade, Pistorius, que ganhou o apelido de 'Blade Runner' por correr com lâminas de carbono, conquistou quatro medalhas de ouro paralímpicas no atletismo, e quebrou inúmeros recordes.

O sul-africano levou o esporte paralímpico a outro patamar, ao se tornar nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 o primeiro atleta amputado a competir junto com atletas sem deficiência.

AFP
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