Oposição espanhola rejeita Rajoy como chefe do governo
Pedro Sánchez afirma que socialistas vão explorar todas as possibilidades para que haja "um governo de mudança e de diálogo" na Espanha. Para líder do PSOE, espanhóis votaram contra a continuidade do premiê Rajoy.
O secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, afirmou nesta quarta-feira (23/12) que os socialistas "vão explorar todas as possibilidades para que haja na Espanha um governo de mudança e de diálogo", reafirmando que rejeita uma coalizão com o Partido Popular (PP) e que não apoiará Mariano Rajoy como premiê espanhol.
Sánchez fez o comunicado na sede do Executivo, em Madri, diante de líderes do partido conservador e do atual chefe de governo Rajoy. O político socialista acrescentou ser este "o momento de o PP tentar formar um governo", e que o PSOE não "defraudará seus eleitores", dando qualquer apoio ao Executivo liderado pela direita.
"Esta é a hora de o PP tentar formar governo. Repito: tentar formar governo", salientou Sánchez, apelando também às outras forças políticas para que "respeitem os prazos da democracia" e não optem por "atalhos".
A seu ver, os espanhóis votaram no domingo "contra as políticas de Mariano Rajoy e do PP", sobretudo "contra sua ausência de diálogo", razão pela qual o Parlamento espanhol será agora mais pluralista. "Por isso, achamos que o presidente do Congresso dos Deputados deve ser não da primeira força política, mas sim da segunda". Ou seja: do PSOE.
Sánchez rejeitou ainda a realização de novas eleições como saída para um eventual impasse político, afirmando que essa é a última das opções.
A vitória apertada do PP, sem maioria absoluta (123 deputados), abriu caminho a um eventual acordo do PSOE de Pedro Sánchez (90 deputados) com outras forças de esquerda como o Podemos e os independentistas catalães da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), a fim de afastar a direita do poder, que ocupa desde 2011.
Os resultados das eleições de domingo sinalizaram o fim do bipartidarismo na Espanha, com o PP e os socialistas perdendo apoio popular e vendo o crescimento nas urnas da legenda de extrema direita Podemos e do partido centrista Ciudadanos.
PV/lusa/afp/ap