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Obama está pronto para ir a Cuba se forem verificados progressos

Obama sugeriu que sua presença em outro país serve para galvanizar movimentos políticos que a Casa Branca considera de interesse da população local

13:45 | 14/12/2015

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou nesta segunda-feira que está muito interessado em visitar Cuba no próximo ano, mas apenas se as condições forem apropriadas e se forem verificados progressos na vida política cubana.

"Estou muito interessado em ir a Cuba, mas acredito que as condições teriam que ser as corretas. Disse ao governo cubano que se pudermos dizer que ocorreram progressos nas liberdades dos cubanos gostaria que minha visita sirva para destacar estes avanços", disse Obama ao site Yahoo News. Caso não seja possível verificar os progressos que a Casa Branca espera, então "não há muita razão para que eu vá, porque não me interessa validar o status quo", disse o presidente.

Obama afirmou que alimenta a esperança de que "em algum momento do próximo ano" a Casa Branca possa analisar a situação e considerar que "é o momento para lançar luz" sobre os progressos alcançados e "talvez dar um impulso ao governo cubano em outra direção".

Na entrevista, Obama sugeriu que, em geral, quando realiza uma visita a outro país, sua presença serve para galvanizar movimentos políticos que a Casa Branca considera de interesse da população local. Não se trata, disse Obama, "apenas de uma nova demão de pintura nos edifícios ao longo do meu trajeto. Metaforicamente, acredito que há um interesse dos governos em ordenar as coisas".

Na visão do presidente americano, é o que ele mesmo pôde constatar em Mianmar, onde conseguiu "dar um impulso a mudanças subterrâneas que estavam ocorrendo. Gostaria de ver algo parecido em Cuba, mas acredito que precisaremos ver como as coisas evoluirão nos próximos meses". Washington e Havana surpreenderam o mundo em 17 de dezembro passado ao anunciar simultaneamente o início de um processo de reaproximação depois de meio século de ruptura, e reabriram suas respectivas embaixadas em julho.

De acordo com Obama, a "boa notícia" é que a iniciativa de um processo de normalização das relações diplomáticas entre os velhos adversários da Guerra Fria tem um apoio esmagador tanto entre os cubanos quanto entre os americanos. Desde os anúncios de dezembro, Obama disse que não descarta realizar uma visita a Havana antes de passar o comando ao seu sucessor, em janeiro de 2017. Embora a reaproximação com Cuba tenha sido vista com evidente interesse por parte de empresários americanos (em particular o setor agrícola e o de telecomunicações), o Congresso reagiu com frieza e desconfiança à iniciativa, por considerar que o presidente ignorou o Poder Legislativo.

O maior obstáculo para uma normalização completa das relações bilaterais será o desmonte do emaranhado legal que dá apoio ao embargo comercial e financeiro americano a Cuba, um trabalho que, por estar codificado em lei, será exclusivo do Congresso.

AFP 

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