As denúncias dos maus-tratos sofridos pelas orcas do SeaWorld ganharam força após o lançamento do documentário Blackfish, realizado por Gabriela Cowperthwaite, em 2013. As condições em que os animais são submetidos também foram expostas por funcionários ao longo dos anos, e, na última semana, uma americana revelou novos detalhes sobre os abusos. O relato completo da ex-funcionária está disponível no site The Dodo.

A ex-funcionária, Sarah Fischbeck, entrou no parque em San Diego como uma mergulhadora, no ano de 2007. Em seis anos trabalhando no local, ela passou por vários departamentos de animais, realizando manutenção e limpeza de tanques. “Se as pessoas soubessem o que eu sei, ou vissem o que eu vi, não venderiam mais nenhum bilhete”.

Um dos aspectos mais impactantes do relato é a parte em que ela fala justamente sobre a pele dos animais. Os animais do parque lutam entre si por conta do estresse e abarrotamento em cativeiro, mas as piores lesões eram as de orcas, que tinha marcas de dentes. "Você estava mergulhando no fundo dos tanques e você achava essas longas tiras que pareciam borracha preta”, explicou ela. “E era de pele que tinham arrancado uns dos outros", afirmou.

“Eles estão sempre batendo uns nos outros [...]. Não é nada novo. Os treinadores sabem disso, nós sabemos disso. Tínhamos mergulhadores levando pele de baleia para suas famílias o tempo todo como lembranças", diz o relato.

“Eles não têm proteção”
Sarah contou que os pinguins não possuem proteção e ficam expostos à plateia, que comumente jogam moedas na piscina. Como mergulhadora, ela já encontrou sapatos, câmeras, meias, mapas e “qualquer coisa que você pode imaginar". Os materiais podem causar sérios problemas aos animais. "Passam por cirurgias o tempo todo, é horrível", completa.

No último dia 10 de novembro, informações sobre o encerramento dos shows com orcas foram veiculadas na imprensa. Um dia depois, a assessoria de imprensa brasileira do SeaWorld negou a informação.