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Veterana jornalista chinesa tem pena reduzida em dois anos

08:51 | 26/11/2015
Tribunal diminui pena de Gao Yu, de 71 anos, para cinco anos de prisão. Condenada por revelar segredos de Estado à imprensa estrangeira, colaboradora da DW nega acusações. Veredicto recebe críticas internacionais. Apesar de protestos internacionais, um tribunal chinês reduziu a pena da jornalista veterana Gao Yu, de 71 anos, em apenas dois anos, para cinco anos de prisão, anunciou nesta quinta-feira (26/11) Mo Shaoping, advogado de Gao. "A defesa sempre afirmou que Gao Yu é inocente", disse Mo, acrescentando que o estado de saúde da jornalista, que sofre de problemas cardíacos, "continua crítico". Em abril deste ano, Gao foi condenada a sete anos de prisão por vazar segredos de Estado a um grupo de mídia estrangeiro. Segundo relatos, trata-se de um memorando conhecido como "Documento Nº 9". Publicado em agosto de 2013, o documento trazia uma lista do que o regime considerava ameaças ao Partido Comunista e advertia, entre outras coisas, contra a liberdade de imprensa nos padrões ocidentais e contra os direitos humanos. Após a condenação, o advogado de Gao entrou com um recurso. A jornalista refuta veementemente as acusações. Colaboradora regular da DW, ela teria confessado suas "ofensas" na TV estatal chinesa. Mais tarde, seu advogado disse que ela fora coagida. O novo veredicto foi criticado pelo governo alemão. "A rejeição do recurso pedido pela jornalista que tem mais de 70 anos e sofre de problemas de saúde me enche de incompreensão. Exijo novamente que a liderança chinesa liberte todas as pessoas que, assim como Gao Yu, fazem uso do seu direito de liberdade de expressão", afirmou o comissário de direitos humanos do governo alemão, Christoph Strässer. A condenação também foi censurada pelo diretor-geral da DW, Peter Limbourg. "Estamos profundamente decepcionados com esse veredicto. A diminuição da pena de sete para cinco anos é cínica diante da sua idade e deseu estado de saúde. Vamos continuar trabalhando com todos os meios pela sua liberdade", ressaltou Limbourg. Liberdade de imprensa Por seu engajamento ao longo de décadas, Gao Yu foi condecorada pelo Instituto Internacional de Imprensa como um dos 50 "Heróis da Liberdade de Imprensa" em 2000. Já na época da repressão violenta da Revolução Cultural Chinesa de 1989, a jornalista passou vários meses na prisão, acusada de ser "mentora intelectual" dos estudantes. Três anos mais tarde, ela foi condenada a seis anos de prisão por revelar documentos secretos do Partido Comunista. Já há muito tempo ela é proibida de publicar na China. Gao colabora com meios de comunicação internacionais, entre eles a redação chinesa da DW. CN/dpa/ap/afp
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