"Moscou não considera como uma questão primordial manter o presidente sírio, Bashar al-Assad, no poder", disse a porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia, Maria Zakharov, recuando de sua posição anterior de forte apoio a Assad.

Perguntada se era crucial para Moscou que Assad permanecesse no cargo, Maria Zakharov disse na rádio Ekho Moskvy: "Absolutamente não, nós nunca dissemos que era".

"O que eu disse é que uma mudança de regime na Síria pode se tornar um problema ou até mesmo uma catástrofe regional", disse ela, acrescentando que "o povo sírio é o único que pode

decidir o destino do presidente".

Acredita-se que a Rússia seja o mais forte apoiador de Assad, uma vez que já havia se recusado a sugestões do Ocidente de que o presidente sírio deve ser deposto.

Em setembro, a Rússia começou a realizar ataques aéreos contra os militantes do Estado Islâmico na Síria, a pedido de Assad.

Mais cedo nesta terça-feira, o vice-chanceler, Mikhail Bogdanov, disse a agências de notícias russas que Moscou está organizando para sediar uma rodada de negociações entre autoridades da Síria e líderes da oposição na próxima semana.

Bogdanov disse que o governo sírio concordou em participar, mas que ainda não está claro quais grupos da oposição poderiam comparecer. Ele não deu uma data específica para as negociações propostas.

As conversas deverão ser discutidas na quarta-feira em uma reunião entre o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o enviado sírio da ONU, Staffan de Mistura,

disse Bogdanov. Fonte: Associated Press.