Republicanos discordam sobre reforma da imigração
Um dos principais pontos do quarto debate entre os pré-candidatos à Casa Branca, a imigração ilegal dividiu opiniões. Trump foi novalmente alvo de ataques por "suas visões desconectadas do mundo real".
Os pré-candidatos do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos mostraram fortes diferenças sobre a reforma da imigração, no quarto debate das prévias, realizado na noite de terça-feira (10/11), em Milwaukee, no estado de Wisconsin. O desempenho sólido de Jeb Bush serviu para aliviar o desespero que se instalou na campanha do ex-governador da Flórida, depois de suas fracas participações em encontros anteriores.
O magnata do setor imobiliário Donald Trump insistiu em seu plano de deportar 11 milhões de pessoas que se encontram ilegalmente no país e de construir um muro ao longo da fronteira com o México.
Já o ex-governador da Flórida Jeb Bush disse que plano é insustentável, afirmando que expulsar milhões imigrantes não é possível. "Não condiz com os valores americanos e dividiria as comunidades", acrescentou. Bush disse também que as declarações de Trump acabam fortalecendo a campanha de Hillary Clinton, do Partido Democrata.
O governador de Ohio, John Kasich, também afirmou que o plano de Trump nunca iria funcionar. "Pense nas famílias", pediu Kasich, que propôs que os imigrantes ilegais que respeitam a lei paguem uma multa para que possam permanecer no país.
O debate foi caracterizado por uma chuva constante de ataques contra Donald Trump, e participações consistentes dos senadores Marco Rubio, da Florida, e Ted Cruz, do Texas.
"Polícia do mundo"
Entretanto, quem deixou o palco Teatro Milwaukee mais aliviado após o encontro de duas horas foi Bush, que havia sido superado nos três debates anteriores, levando sua campanha a sofrer perda do apoio dos eleitores republicanos e uma queda nas doações financeiras.
Trump, o bilionário que durante meses liderou as pesquisas de opinião na corrida republicana, deu abertura a Bush quando disse que não tem nada contra o presidente russo, Vladimir Putin, mandar "o Estado Islâmico para o inferno" na Síria e no Iraque.
Ele reclamou que grandes potências europeias não estão fazendo o suficiente militarmente e chamou a Alemanha de "tremendo gigante econômico" que deve fazer mais pela própria defesa. "Nós não podemos continuar a ser a polícia do mundo", disse Trump. "Devemos 19 trilhões de dólares, temos um país que está indo para o inferno", disse. "Temos de começar a investir dinheiro em nosso país."
Bush discordou de Trump, afirmando que a visão do empresário em relação à política de Putin para a Síria parece a de aguém jogando "banco imobiliário". "Não é assim que o mundo real funciona", observou o ex-governador, acrescentando que os EUA "não são a policia do mundo, mas é melhor que sejamos líderes do mundo". Ele também propôs que o país estabeleça uma zona de exclusão aérea na Síria.
Bush, aparentemente, foi capaz de frear a tendência de queda em sua campanha, ganhando tempo para recuperar o equilíbrio na corrida republicana e se preparar para o próximo debate, previsto para ser realizado no dia 15 de dezembro, em Las Vegas.
A corrida pela nomeação republicana chega a um ponto crítico, com o neurocirurgião aposentado Ben Carson e Trump lutando para se manterem no topo das pesquisas, e Rubio tentando aproveitar o momento para se destacar nos debates subir nas pesquisas.
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