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Obama impõe sanções a envolvidos na repressão no Burundi

Entre as pessoas sancionadas pelos Estados Unidos estão o ministro de Segurança Pública e verdadeiro número dois do regime, Alain-Guillaume Bunyoni, e o ex-chefe do Serviço de Inteligência e ex-chefe do Estado Maior do Exército

16:30 | 23/11/2015
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, impôs sanções contra quatro autoridades do Burundi envolvidas em atos de violência no país, que vive uma grave crise política desde abril - anunciou a Casa Branca nesta segunda-feira, 23.

Impostas depois das que foram anunciadas no início de outubro pela União Europeia (UE), as sanções "não são contra o povo burundinês", mas contra membros do governo "que contribuem para perturbar", "enfraquecer as instituições democráticas" e são culpados por violações dos direitos humanos, acrescentou Washington. Entre os afetados, está o diretor-geral adjunto da Polícia Nacional, Godefroid Bizimana, também na lista negra da UE. Segundo os Estados Unidos, esse homem dirigiu as operações policiais para impedir a realização de manifestações pacíficas dos opositores, com um "uso desproporcional" da força.

[SAIBAMAIS2]As outras pessoas sancionadas pelos Estados Unidos são o ministro de Segurança Pública e verdadeiro número dois do regime, Alain-Guillaume Bunyoni, o ex-chefe do Serviço de Inteligência e ex-chefe do Estado Maior do Exército, Godefroid Niyombare, e o ministro da Defesa, Cyrille Ndayirukiye.

O Burundi está mergulhado em uma crise política desde o final de abril, quando seu presidente, Pierre Nkurunziza, apresentou sua candidatura para um polêmico terceiro mandato. Ele ganhou a disputa e foi reeleito. A oposição, que boicotou as eleições, a sociedade civil e a Igreja Católica consideram que esse terceiro mandato é contrário à Constituição e ao Acordo de Arusha, o qual abriu caminho para o fim da guerra civil e impõe o limite de dois mandatos presidenciais. Já são 300.000 mortos entre 1993 e 2006.

Em meio ao conflito, uma brutal repressão das manifestações e a reeleição de Nkurunziza em julho não evitou que a violência se intensificasse, e que passasse às armas. Pelo menos 240 pessoas morreram e mais de 200.000 fugiram desse pequeno país africano. O governo americano evoca informações "múltiplas e críveis" sobre possibilidade de tentativas de assassinato, prisões arbitrárias, atos de tortura por parte das forças de segurança e "violências cometidas pelas milícias afiliadas ao partido no poder".

A Casa Branca considera que a "retórica incendiária" de várias autoridades do governo contribuiu para gerar "um clima de medo" e pode "incitar ainda mais violência". Na mesma nota, também condena os opositores, que usam a violência e contribuem para a instabilidade no Burundi.

AFP

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