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Milhões de crianças enfrentam falta de comida e medicamentos no Nepal

O país enfrente uma grave falta de produtos de primeira necessidade devido a um bloqueio no ponto de passagem para a Índia. A Unicef declarou que cerca de 125 mil recém-nascidos poderiam estar em perigo nos próximos meses

15:00 | 30/11/2015

A falta de comida e de medicamentos por conta de um bloqueio na fronteira representa um risco de doenças e morte para milhões de crianças no Nepal, onde ainda há 200.000 pessoas sem casa após o terremoto de abril que deixou mais de 9.000 mortos.

O país situado no Himalaia enfrenta uma grave falta de produtos de primeira necessidade por conta de um protesto que bloqueia um importante ponto de passagem fronteiriço com a Índia - manifestações que buscam expressar sua oposição a uma nova constituição promulgada pelo país. O bloqueio afetou a distribuição de combustível e medicamentos, e as organizações humanitárias têm problemas para entregar a ajuda aos atingidos pelo terremoto de abril que deixou cerca de 9.000 mortos.

"Mais de três milhões de crianças de menos de cinco anos enfrentam um risco de morte ou doença durante os meses mais duros do inverno, pela severa falta de combustível, mantimentos, medicamentos e vacinas", afirma o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em comunicado. Mais de 200.000 famílias continuam vivendo em abrigos temporários a uma altitude de mais de 1.500 metros, afirmou a organização.

"Os riscos de hipotermia e desnutrição, insuficiência de medicamentos e vacinas, poderia ser uma combinação mortal para as crianças neste inverno", alertou Anthony Lake, diretor-executivo da Unicef. Segundo a agência, cerca de 125.000 recém-nascidos poderiam estar em perigo nos próximos meses pela escassez devido à má distribuição de medicamentos, já que muitos caminhões estão bloqueados na passagem fronteiriça de Birgunj, no sul do Nepal, onde manifestantes da minoria Madhesis ergueram barreiras.

"A situação crítica destas crianças e suas famílias piora diariamente e vai piorar ainda mais nos meses de inverno", alerta Karin Hulshof, diretora regional da Unicef para o sudeste asiático. As autoridades de Katmandu acusaram a Índia de apoiar os manifestantes com o objetivo de expressar seu mal estar pela nova constituição do país, que Nova Délhi critica.

Nova Délhi nega as acusações e diz ter feito um convite ao diálogo entre Nepal e a minoria étnica, que tem fortes laços culturais, linguísticos e étnicos com a Índia.

AFP 

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