Imigração ilegal e economia se destacam em debate de pré-republicanos nos EUA
O debate, patrocinado pelo Wall Street Journal e pela Fox Business Network, deu oportunidades para alguns dos candidatos mais experientes mostrarem seus conhecimentos sobre economia e a questão imigratória.
Os atuais principais candidatos - o empresário Donald Trump e o aposentado neurocirurgião Ben Carson - também sinalizaram sua oposição a um aumento do salário mínimo. Em um dia em que trabalhadores de redes de fast-food realizaram protestos em todo o país para pressionar por um salário mínimo de US$ 15 por hora (o atual é de US$ 7,25 por hora), Trump disse que se opõe ao aumento, citando a necessidade de competir com outras nações. "Eu odeio dizer isso, mas temos que deixá-lo [o salário mínimo] do jeito que está", disse ele. Já Carson observou que ele foi capaz de entrar no mercado de trabalho enquanto ainda era adolescente devido ao salário mínimo que não era tão alto.
Depois de três debates presidenciais, o quarto confronto teve como destaque a posição firme de Trump sobre a imigração, o que tem dividido os candidatos, e uma questão que não deve ir muito longe, dada a porcentagem crescente de eleitores hispânicos.
O governador de Ohio, John Kasich, e o ex-governador da Flórida Jeb Bush desafiaram Trump sobre a questão imigratória. O empresário tem como proposta construir um muro na fronteira com o México e deportar 11 milhões de pessoas. "Pense nas famílias, pense nas crianças", disse Kasich. "Vocês sabem que não dá para pegá-los e despachá-los através da fronteira. É um argumento fraco. Não é um argumento adulto", acrescentou o governador de Ohio. Bush, por sua vez, disse que as propostas de Trump levariam os eleitores latinos a votar em Hillary Clinton.
Em seu direito de resposta, Trump afirmou que permitir que os imigrantes ilegais vivam nos EUA é "muito, muito injusto" para aqueles que esperam para entrar no país legalmente. Mas ele visivelmente se irritou com as críticas de Kasich, dizendo: "Eu construí uma empresa que vale bilhões e bilhões de dólares. Eu não tenho que ouvir este homem, acredite em mim".
O senador do Texas Ted Cruz foi perguntado sobre as alterações em relação à segurança Social, mas articulada com a imigração. O filho de um cubano-americano opõe-se conceder um estatuto legal para os trabalhadores ilegais.
"Se os republicanos se juntarem com democratas como um partido da anistia vamos perder", disse Cruz, culpando a mídia pelo que descreveu como o impacto econômico da imigração ilegal. "Para aqueles de nós que acreditam que as pessoas devem vir para este país legalmente, devemos cumprir a lei, estamos cansados de nos dizerem que isso é ser contra os imigrantes. É ofensivo", disse Cruz.
Bush mirou também o lento crescimento da economia dos EUA sob a direção do presidente Barack Obama e procurou amarrar esse registro à principal candidata Democrata, a ex-secretária de Estado, Hillary Clinton. "Pode ser o melhor que Hillary Clinton pode fazer, mas não é o melhor que a América pode fazer", disse Bush.
Cada um dos republicanos expressaram que fariam mudanças drásticas na forma como o governo recolhe as receitas fiscais e os serviços que iriam proporcionar. Os planos variam, mas cada um dos republicanos disse que querem simplificar o código tributário e deixar as taxas mais baixas.
O senador Ted Cruz e o senador Rand Paul de Kentucky destacam seus planos para acabar com o código fiscal atual e substituí-lo por um imposto uniforme sobre o consumo. Paul, um crítico frequente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), culpou o Fed de contribuir para a crescente desigualdade de renda do país.
Já o senador da Flórida Marco Rubio defendeu sua proposta para expandir benefícios fiscais populares para famílias de baixa renda.
A ex-CEO da Hewlett-Packard Carly Fiorina bateu na política externa e disse que os EUA devem ter a "força militar mais forte do planeta e que todo mundo tem que conhecê-la". Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press