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Rússia oferece apoio à oposição na Síria

12:23 | 24/10/2015
Kremlin diz estar preparado para dar cobertura aérea a Exército Livre da Síria. No entanto, grupo rebelde moderado rejeita oferta e acusa Rússia de atacá-lo. Ministro russo do Exterior defende eleições na Síria. A Rússia estaria preparada para dar cobertura aérea ao Exército Livre da Síria (grupo moderado de oposição apoiado pelo Ocidente e que luta contra Assad e também contra o "Estado Islâmico"), afirmou neste sábado (24/10) o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, em entrevista a uma emissora de televisão estatal de seu país. "Estamos preparados também para apoiar a oposição patriótica, incluindo o chamado Exército Livre da Síria, a partir do espaço aéreo. O principal, para nós, é aproximar as pessoas que podem, com autoridade plena, representá-los [os sírios] e representar grupos armados que combatem o terrorismo", disse Lavrov. Durante a entrevista, o ministro defendeu ainda eleições parlamentares e presidenciais na Síria. O Kremlin é o mais importante aliado do presidente sírio Bashar al-Assad e apoia a presença do líder nas negociações sobre uma solução diplomática para o conflito. "Potenciais externas não podem decidir nada para os sírios. Nós precisamos forçá-los a apresentar um plano para o país, o qual proteja os interesses de cada religião, etnia e grupos políticos", ressaltou Lavrov. O ministro contou ainda que conversou no sábado com o secretário de Estado americano, John Kerry, sobre a organização das negociações entre o governo sírio e os rebeldes. Washington é contra a permanência de Assad no poder, a quem responsabiliza pela violência contra a população e acusa de violar direitos humanos. Oferta recusada Após as declarações de Lavrov, o Exército Livre da Síria, da oposição moderada, recusou neste sábado o apoio russo no combate ao grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI) e acusou Moscou de bombardeá-los. "A Rússia está bombardeando o Exército Livre da Síria e agora quer cooperar conosco, enquanto permanece comprometida com Assad? Nós não entendemos a Rússia", afirmou o tenente-coronel Ahmad Saoud, porta-voz do grupo. O Exército Livre da Síria, fundado por desertores das Forças Armadas do regime de Damasco, recebe apoio militar dos Estados Unidos e está ligado à Coalizão Nacional Síria, a principal aliança política da oposição ao presidente Bashar al-Assad. A Rússia iniciou os controversos ataques aéreos na Síria no final de setembro. E, desde então, o país é constantemente criticado por grupos rebeldes que afirmam que o objetivo russo é fortalecer o governo de Assad e não acabar com os jihadistas. Os opositores alegam também ser alvo da aviação russa. "Em vez de falar sobre a disposição de apoiar o Exército Livre da Síria, eles deveriam parar de nos atacar. O Exército Livre da Síria é alvo de 80% dos ataques russos", afirmou Samir Nashar da Coalizão Nacional Síria. Solução diplomática As declarações de Lavrov foram feitas um dia depois do anúncio de um acordo entre a Rússia e a Jordânia, que integra a coalizão liderada pelos Estados Unidos, para coordenar "suas ações, incluindo as das respectivas Forças Aéreas, na Síria". Nesta sexta-feira, o ministro russo participou de uma reunião com Kerry e os ministros do Exterior da Turquia e Arábia Saudita, em Viena, sobre o conflito sírio. Os representantes dos quatro países concordaram em continuar as negociações para se alcançar um acordo político com vista a solucionar a guerra na Síria, que em quatro anos já matou mais de 250 mil pessoas. CN/lusa/rtr/afp
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