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Romênia acusa ex-presidente de crimes contra a humanidade

11:26 | 21/10/2015
Ion Iliescu é processado pela morte de quatro pessoas durante uma sangrenta repressão a um protesto pacífico pró-democracia, em meados de 1990. Centenas de pessoas ficaram feridas na ocasião. O ex-presidente da Romênia Ion Iliescu, de 85 anos, foi formalmente acusado nesta quarta-feira (21/10) de crimes contra a humanidade durante uma sangrenta repressão a um protesto, há 25 anos. Na ocasião, seis pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Iliescu compareceu à Alta Corte de Cassação e Justiça para ouvir as acusações contra ele, apresentadas por promotores militares. Ele nega todas elas e não deu declarações durante a sessão. Uma nota da corte afirma que Iliescu está sendo processado pela morte de quatro pessoas e pelos ferimentos a tiros de outras três. O então chefe do serviço de inteligência da Romênia, Virgil Magureanu, um aliado próximo de Iliescu, também se apresentou à corte. Ao ser questionado se era culpado por crimes contra a humanidade, respondeu: "Essa é uma pergunta estúpida". Iliescu é acusado de reprimir violentamente um protesto pacífico pró-democracia que bloqueou o centro de Bucareste durante várias semanas, em meados de 1990, poucos meses depois da queda do regime comunista liderado por Nicolai Ceausescu. Os promotores acusam o ex-presidente de ter pedido ajuda a cerca de 20 mil mineiros, que foram levados pelas autoridades a Bucareste para sufocar os protestos contra o governo de transição. Os atos violentos aconteceram entre 13 e 15 de junho de 1990. Em março deste ano, promotores romenos abriram um inquérito para investigar o caso, seis meses depois de o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ter criticado a justiça romena por falhar na investigação do incidente. O caso nunca havia sido investigado adequadamente por causa da presença de antigos comunistas no governo. Iliescu também foi acusado, em 2005, de homicídio e tentativa de homicídio na repressão do protesto, mas o processo foi arquivado em 2008. O ex-presidente, que dirigiu o país entre 1990 e 1996 e entre 2000 e 2004, afirmou em 2005 que uma condenação seria "uma vergonha nacional". AS/ap/efe/lusa/afp/rtr
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