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Morte de menina atingida por trem enquanto tirava selfie rende multa à família

A companhia belga de transportes ferroviários está cobrando cerca de R$ 84,9 mil porque a vítima, ao morrer, causou danos à empresa, com atrasos nos trens

15:26 | 22/10/2015
A morte da menina Charlotte Nuñez, 12, atingida por um trem em julho de 2014 enquanto fazia selfies em um área proibida próxima aos trilhos, rendeu uma multa inesperada à família. As informações são da BBC.

A companhia belga de transportes ferroviários (SNCB) está cobrando 19 mil euros, valor correspondente a cerca de R$ 84,9 mil, porque a vítima, ao morrer, causou danos à empresa com os atrasos nos trens.

A jovem estava na estação de Groenendaal, a aproximadamente 15 km de Bruxelas quando foi atingida por uma composição a 150km/h.

O fato foi amplamente noticiado por jornais locais nesta semana, após o deputado socialista David Geerts criticar a atitude da companhia no Parlamento.

Carla Claeys, mãe da menina, afirmou à BBC ter recebido uma carta da SNCB em novembro, na qual apresentava seus pêsames. Porém, o conteúdo da carta também afirmava que a família, conforme a lei, seriam responsabilizados pelos danos provocados pela morte de Charlotte, menor de idade.   
[SAIBAMAIS 3]
Em agosto, a família recebeu outra carta na qual constava uma lista detalhada com os gastos relacionados ao caso, como o custo da evacuação de 200 passageiros e a suspensão do tráfico ferroviário por cerca de seis horas e meia.

Os pais da jovem não serão obrigados a pagar diretamente o valor, levando em conta o seguro familiar que dispõem para cobrir danos a terceiros, mas criticaram a falta de sensibilidade da companhia.

"Quando você recebe uma carta como essa, listando os desgastes causados pela morte de sua filha, é um duro golpe. Essa gente não deve ter filhos para ser capaz de fazer uma coisa dessas", afirmou a mãe a um jornal local.

O deputado solicitou ao Parlamento uma mudança na lei que obriga a SNCB a comunicar a fatura dos gastos cobrados às companhias de seguro às famílias de vítimas de acidentes mortais.

"Como se pode ignorar o impacto emocional de uma carta desse tipo? Em vez de enviar uma fatura dos desgastes, teria sido melhor mostrar empatia", sugeriu.

A SNCB não quis comentar o episódio e apenas afirmou que atua de acordo com a lei.
Redação O POVO Online
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