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Milhares protestam contra acordo UE-EUA em Berlim

12:46 | 10/10/2015
Organizadores estimam que 250 mil participaram de ato contra o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), atacando caráter antidemocratico do plano e falta de transparência nas negociações. No mínimo 100 mil pessoas saíram às ruas de Berlim neste sábado (10/10) para protestar contra o planejado Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês), cujo fim declarado é impulsionar as relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos. Os manifestantes alegam que a iniciativa é antidemocrática e vai reduzir os padrões de segurança alimentar, ambiental e do trabalho. Os organizadores uma aliança de grupos ambientalistas, de caridade e de partidos de oposição afirmam que 250 mil participaram do ato, superando as expectativas iniciais. Estimativas da polícia, porém, falam em aproximadamente 100 mil manifestantes, no protesto que também tinha como alvo o Acordo Integral de Economia e Comércio (Ceta), entre a Europa e o Canadá. Foram registrados protestos em grande escala também em outras cidades do país. A oposição ao TTIP na Alemanha vem ganhando força desde 2014. Os críticos temem que o tratado possa dar poderes demasiados às multinacionais, às custas dos consumidores e trabalhadores. Durante o protesto, Dieter Bartsch, líder da bancada do partido A Esquerda no Parlamento alemão, expressou sua preocupação com a falta de transparência que envolve as negociações, realizadas a portas fechadas. "Precisamos saber o que supostamente está sendo decidido." A escala da resistência ao acordo surpreendeu o governo de Angela Merkel, que enfrenta o desafio de mudar a opinião pública a favor da iniciativa. Os defensores do TTIP afirmam que ele criará um mercado de 800 milhões de consumidores, além de servir de contrapeso à influência econômica da China. Empresários estimam que o ele possa gerar ganhos econômicos de mais de 100 bilhões de dólares dos dois lados do Atlântico. Em carta publicada neste sábado em diversos jornais alemães, o ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, criticou o que chamou de "alarmismo" em relação ao TTIP. "Temos a oportunidade de estabelecer padrões novos e positivos para o comércio global, para o meio ambiente e para os consumidores, e condições justas para investimentos e para os trabalhadores", defendeu o também vice-chanceler federal. RC/rtr/dpa
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