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Líder Supremo do Irã rechaça negociações diretas com os EUA

11:10 | 07/10/2015
O Líder Supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, rechaçou nesta quarta-feira negociações diretas com os Estados Unidos, dizendo que os norte-americanos querem usá-los para minar a República Islâmica.

Desde que o Irã e seis potências lideradas pelos EUA chegaram a um acordo em julho para limitar o programa nuclear de Teerã em troca da retirada de sanções econômicas internacionais, houve especulações sobre uma melhora no diálogo entre os dois governos, para enfrentar, por exemplo, as crises na Síria e no Iraque e outras questões regionais.

Khamenei, porém, rechaçou essa possibilidade, dizendo que nada de positivo surgiria de conversas com Washington. "A negociação com os EUA está descartada por causa dos incontáveis danos que ela inflige", afirmou o líder, segundo seu site oficial. "Além disso, não há vantagem, também. Nós somos contra negociações com os EUA porque as conversas significariam infiltração dos EUA. Eles querem abrir um caminho para a imposição."

Khamenei não indicou se a proibição das conversas poderia afetar a implementação do acordo nuclear.

O Irã é um importante aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad, dando ao regime dele apoio militar e financeiro contra grupos rebeldes, incluindo o Estado Islâmico. Milícias xiitas que combatem extremistas sunitas no Iraque também recebem apoio iraniano.

Desde que começaram as negociações sobre um acordo nuclear, Khamenei faz críticas frequentes aos EUA, aparentemente tentando dar garantias à base ultraconservadora de que um pacto com o Ocidente não alterará as fundações da República Islâmica. Dias após o anúncio do acordo em Viena, em 14 de julho, Khamenei disse que o Irã continuaria vendo os EUA como um inimigo.

A relação bilateral está congelada desde a Revolução Islâmica de 1979, quando o xá iraniano, um aliado dos norte-americanos, foi forçado a fugir do país e se exilar. As relações pioraram também quando, após a fuga do xá e o estabelecimento da república, ativistas tomaram 52 norte-americanos como reféns na embaixada dos EUA em Teerã. O grupo ficou refém durante 444 dias.

Nesta quarta-feira, Khamenei disse que os EUA encontraram maneiras, durante as conversas nucleares, para se "infiltrar" no Irã e que haviam agido contra os interesses iranianos, sem dar detalhes. Fonte: Dow Jones Newswires.

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