O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, criticou a "inépcia" europeia para lidar com a crise imigratória, após 22 pessoas naufragarem em duas embarcações no Mar Egeu. O Ministério da Marinha Mercante disse que 19 pessoas morreram e 138 foram resgatadas perto da ilha de Kalymnos, no leste do Mar Egeu, em um dos piores episódios em águas gregas desde o início do fluxo em massa de imigrantes, em grande medida por causa da guerra civil na Síria. Além disso, pelo menos outras três pessoas morreram quando outro barco com imigrantes naufragou perto da ilha de Rodes.

Quase 600 pessoas foram resgatadas pela Guarda Costeira grega nas últimas 24 horas, enquanto outras milhares de pessoas chegaram em segurança às ilhas. Na quarta-feira, um pescador recuperou o corpo de um menino desaparecido em outro acidente.

O número de mortos no Mar Egeu nos últimos três dias chega a quase 50, em sua maioria crianças. A Espanha, por sua vez, resgatou os corpos de quatro imigrantes e busca 35 desaparecidos de um barco que teve problemas após partir do Marrocos rumo ao território espanhol.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, acusou da Europa por sua "incapacidade de defender seus valores" e de fornecer uma saída alternativa para essas perigosas viagens. Ao falar no Parlamento em Atenas, ele afirmou que essa situação é uma mácula para o continente. Tsipras acusou os países ocidentais de choraram "lágrimas de crocodilo" ante as crianças mortas no Egeu, enquanto fazem pouco para aqueles que conseguem superar a travessia. Segundo o premiê grego, os fluxos de imigrantes se devem a intervenções militares ocidentais no Oriente Médio, com interesses políticos se sobrepondo ao valor da democracia. Fonte: Associated Press.