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Ataque a hospital dos Médicos Sem Fronteiras mata ao menos 16

12:11 | 03/10/2015
Centro médico da organização Médicos Sem Fronteiras foi destruído pelo ataque em KunduzEUA reconhecem que podem ter causado "danos colaterais" em centro da organização. Ao menos nove membros da ONG morrem no ataque. Entidade diz que EUA sabiam da localização exata da instalação. Os Estados Unidos reconheceram neste sábado (03/10) que podem ter causado "danos colaterais" num centro da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) e que foi aberta uma investigação. O porta-voz das tropas americanas no Afeganistão, coronel Brian Tribus, afirmou que houve "um ataque aéreo em Kunduz por volta das 02h15 (hora local) contra indivíduos que ameaçavam o contingente". O bombardeio matou pelo menos 16 pessoas. Segundo a MSF, todos os mortos são membros da organização humanitária, assim como 19 dos 37 feridos. A MSF argumentou que há muitos funcionários e pacientes desaparecidos e que, por isso, o número de mortos ainda deve aumentar. A ONG de ajuda humanitária esclarece que todas as partes envolvidas no conflito, inclusive Cabul e Washington, foram claramente informadas da localização exata das instalações da organização em Kunduz, incluindo o hospital, a pousada, o escritório e uma unidade de estabilização no distrito de Chardara, a noroeste de Kunduz. A entidade informou, ainda, que o bombardeio em Kunduz continuou por mais de 30 minutos depois de as autoridades militares americanas e afegãs terem sido informadas pela MSF de que seu hospital, que estava lotado de pacientes e funcionários, havia sido atingido. A Comissão Europeia condenou o ataque aéreo americano que atingiu durante a madrugada o hospital da MSF. "Estou profundamente consternado com a morte de ao menos nove membros do pessoal da MSF no bombardeio do hospital administrado pela organização na cidade afegã de Kunduz", afirmou, em comunicado, o comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides. Kunduz disputada O governo afegão confirmou que o bombardeio foi executado por forças dos Estados Unidos e responsabilizou os talibãs, afirmando que elementos do grupo insurgente se esconderam no hospital durante confrontos com as tropas afegãs. Os talibãs condenaram "veementemente" o bombardeio do hospital da MSF em Kunduz e acusaram os EUA de "martirizar" o pessoal médico e os doentes do centro. Segundo um porta-voz dos radicais islâmicos, "este crime" ocorreu quando não havia nenhum rebelde no interior do centro médico, "já que a situação de conflito não permite que nenhum dos nossos combatentes seja hospitalizado." A cidade de Kunduz continua palco de combates entre os talibãs e as tropas afegãs, que contam com o apoio aéreo americano. A tomada de Kunduz, na segunda-feira passada, foi a conquista militar mais importante dos talibãs desde que o grupo insurgente foi afastado do poder em 2001, após a ofensiva liderada pelos EUA. Na quinta-feira, o Exército afegão recuperou o controle da cidade no norte do país, mas combates entre as forças governamentais e os insurgentes radicais continuaram nos últimos dias. Com a ajuda da Otan, as tropas do governo afegão tentam agora reconquistar o controle total de Kunduz. No Afeganistão, a Aliança Atlântica conta com 4 mil militares em missões de assistência e treinamento. A Otan também participa da campanha de apoio às tropas afegãs. CA/lusa/dpa
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