O apoio militar russo à Síria pode levar à piora do conflito no país e aumentar o número de refugiados que fogem da violência, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em entrevista ao jornal italiano La Stampa publicada nesta quarta-feira.

Kerry, que anteriormente já havia mostrado preocupação com a presença militar da Rússia na Síria, temendo que ela pudesse desestabilizar mais a situação, afirmou que tratou do assunto com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. Segundo a autoridade norte-americana, é importante dialogar com os russos para evitar desentendimentos.

"A brutalidade do regime - que a Rússia está apoiando - tem resultado no crescimento do extremismo", afirmou Kerry. Segundo ele, isso vai contra o objetivo de Moscou de uma ação internacional mais forte contra o Estado Islâmico.

A Rússia e o Irã estão reforçando sua coordenação dentro da Síria, em uma tentativa de garantir o controle do presidente Bashar al-Assad sobre o país. Na segunda-feira, fontes do setor de defesa dos EUA disseram que aviões não tripulados (drones) de monitoramento da Rússia começaram a fazer sobrevoos na Síria e também que os russos enviaram mais de 20 jatos de combate ao país. A ação da Rússia é um obstáculo para a intenção do governo do presidente Barack Obama de retirar Assad do poder.

Kerry disse que os EUA estão ampliando seus esforços para superar a crise humanitária na Síria. O número de refugiados sírios que os EUA devem receber no próximo ano deve aumentar para pelo menos 10 mil, segundo ele. Fonte: Dow Jones Newswires.