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Japão aprova uso do Exército no exterior

16:46 | 18/09/2015
Parlamento muda lei que, desde o fim da Segunda Guerra, impedia país de participar de missões militares. Polêmica, decisão conta com oposição da maioria da população, para quem mudança fere Constituição pacifista. O Parlamento do Japão aprovou neste sábado (20/09) uma lei que permite ao país o envio de tropas ao exterior, numa decisão tomada em meio a intensos protestos da oposição e de parte da população, que consideram que ela enfraquece a Constituição pacifista. O primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou que a mudança na política de defesa a maior desde a reestruturação militar japonesa de 1954, quando um Exército foi constituído é vital para enfrentar novos desafios, como a ascensão da China. O Exército japonês não participa de combates fora de seu território desde a Segunda Guerra Mundial. "Esta reforma é necessária para proteger a vida do povo japonês ", disse Abe à TV pública ao término da sessão parlamentar. A medida permitirá às chamadas Forças de Autodefesa do Japão defender aliados e prestar-lhes apoio logístico se forem atacados. Elas poderão também participar de operações de segurança da ONU, algo que até agora limitado pelo artigo 9º da Constituição. A votação definitiva da emenda se estendeu até depois da meia-noite e aconteceu após dois dias de áspera discussão, que levou parlamentares aos tapas e milhares de manifestantes às portas do plenário para protestar contra a reforma. Segundo pesquisas, mais de 60% dos japoneses são contra a medida e consideram que ela não contribuirá para melhorar a segurança do Japão. Os detratores dizem que a mudança seria o primeiro passado para o abandono do pacifismo consagrado na Constituição e que o Japão poderia acabar arrastado para guerras iniciadas por seu principal aliado, os EUA. Os Estados Unidos, aliado do Japão, elogiaram as mudanças. A China, porém, expressou preocupação com a nova legislação e voltou a dizer que ela põe em risco "o caminho do desenvolvimento pacífico" do país e a "estabilidade regional" "Recentemente temos notado que as vozes de oposição à lei no Japão se tornaram mais altas. Nós exigimos que o Japão ouça as vozes internas e externas ", afirmou o porta-voz do Ministério chinês do Exterior Hong Lei, em comunicado. CN/rtr/dpa
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