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Cresce pressão sobre Volkswagen em meio a escândalo

05:51 | 22/09/2015
Montadora alemã deve ser alvo de investigação criminal nos EUA por fraudar controle de emissões de gases. França pede novos testes a nível europeu, e Coreia do Sul convoca executivos da companhia a se explicarem. Enquanto suas ações seguem em queda em Frankfurt, a Volkswagen viu nesta terça-feira (22/09) os efeitos do escândalo de manipulação de emissões de seus carros se alastrarem: a montadora está sob pressão não só dos Estados Unidos onde deve enfrentar agora uma investigação criminal como também na Alemanha, na França e na Coreia do Sul. A Volkswagen é acusada de instalar um software que maquia em até 40% as emissões em modelos a diesel vendidos nos EUA e ter enganado a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA). A montadora já admitiu a manipulação, que pode lhe render multas de até 18 bilhões de dólares, além dos custos com recalls e consertos. "Nós fomos desonestos", admitiu Michael Horn, executivo-chefe da montadora nos EUA, durante um evento em Nova York. "Fomos desonestos com as autoridades de meio ambiente americanas, fomos desonestos com as autoridades da Califórnia e, o pior de tudo, fomos desonestos com os nossos clientes. Em bom alemão: nós fizemos besteira." O Departamento de Justiça dos Estados Unidos já teria iniciado uma investigação criminal sobre as alegações, segundo a agência de notícias Bloomberg. Nem as autoridades americanas nem a montadora alemã confirmaram a abertura do inquérito. A Coreia do Sul convocou funcionários da montadora. "Vamos começar a realizar os testes no mais tardar no próximo mês", afirmou um alto funcionário do Ministério do Meio Ambiente, que afirmou ainda ser cedo prever quais punições deverão ser aplicadas pelo governo à montadora. A França, por sua vez, pediu uma investigação a nível europeu: "Este não é um assunto menor, não é sobre a velocidade ou a qualidade do couro [dos bancos do veículo]", afirmou Michel Sapin, ministro das Finanças francês. "O que estamos tratando é garantir que as pessoas não sejam envenenadas pela poluição." Na segunda-feira, o governo alemão ordenou testes detalhados de todos os modelos da Volkswagen a diesel no país. O ministro dos Transportes, Alexander Dobrindt, disse ao jornal Bild que solicitou à Agência Federal de Transporte Motorizado (KBA, na sigla em alemão) que providencie imediatamente testes específicos e abrangentes conduzidos por especialistas independentes. Após queda de 17,4% na segunda-feira, as ações da Volkswagen abriram o pregão desta terça em Frankfurt com recuo superior a 5%, sendo cotadas a menos de 127 euros nas primeiras horas do dia. Investigação sobre outras montadoras Os EUA deverão estender a investigação a outras montadoras de veículos para confirmar se elas mascararam também os testes de emissão de poluentes. Segundo a EPA, será analisada a presença de dispositivos manipuladores em veículos a diesel de outras fabricantes. "A EPA e o Carb [organismo homólogo da Califórnia] iniciaram testes em veículos já em circulação fabricados por outras montadoras para detectar a presença de possíveis 'softwares maliciosos' semelhantes ao encontrado em veículos da Volkswagen", afirmou um porta-voz citado pela agência de notícias AFP. Só nos EUA, cerca de 482 mil carros de quatro cilindros da montadora, como Jetta, Beetle, Golf e Passat, e da Audi, como o A3, usam o sistema que mascara as emissões de poluentes. A Volkswagen foi líder de vendas no mundo no primeiro semestre deste ano e controla a Audi. O software, que a EPA chamou de "dispositivo manipulador", desativa secretamente os controles de poluição para mascarar as verdadeiras emissões quando o carro passa por testes de emissão. Mas, quando os automóveis estão na rua, eles emitem até 40% mais gases do que os padrões de emissão permitidos pelas leis americanas. FC/afp/rtr/dpa
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