PUBLICIDADE
Notícias

Congresso boliviano admite quarta candidatura de Evo Morales

17:29 | 26/09/2015
Reforma da Constituição pode permitir que primeiro presidente indígena governe por quase 20 anos seguidos, se ratificada em plebiscito. Oposição promete combater "fraude constitucional" e "tirania". Parlamentares bolivianos aprovaram neste sábado (26/09) uma reforma constitucional que permite ao presidente Evo Morales candidatar-se a um quarto mandato. Assim, caso vença as próximas eleições, programadas para 2019, ele poderá completar quase 20 anos como chefe de Estado da Bolívia. Após cerca de 20 horas de debates, o Congresso, controlado pelo Movimento ao Socialismo (MAO ), partido de Morales, passou com mais de dois terços dos votos a reforma parcial da Constituição Política do Estado, informou o presidente do Senado, José Alberto Gonzales. A lei foi proposta ao órgão legislativo pelos sindicatos de operários e indígenas afins ao governo. Depois de ser submetida ao Tribunal Constitucional, ela ainda precisa ser ratificada num plebiscito a se realizar em 21 de fevereiro de 2016. Morales assumiu o cargo presidencial pela primeira vez em 2006. Após uma reforma da Constituição efetivada três anos mais tarde, foi reeleito em outros dois pleitos, número máximo que permite a atual legislação. No ano passado, obteve 61% dos votos para a gestão 2015-2020. Oposição acusa de tirania A oposição boliviana já anunciou que fará campanha para evitar uma quarta candidatura de Morales. Segundo o empresário Samuel Doria Medina, presidente da centrista Unidade Nacional (UN), "o 'não' à reeleição é o caminho". No debate no Legislativo, se "desnudou" um "plano golpista, mas "a luta segue", enfatizou. O ex-presidente Jorge Quiroga, líder do Partido Democrata-Cristão (PDC), comentou à mídia que o atual governo tenta "prorrogar-se no poder" com base na "fraude constitucional", no descumprimento das normas e "através do caminho da tirania e da ditadura". De Nova York, onde, se encontra para participar para a Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro presidente indígena da história da Bolívia declarou: "Não se trata de se eternizar. Não somos de ferro, para nunca terminarmos." E confirmou que, "se o povo disser sim" no plebiscito, "então cabe se apresentar em 2019". AV/rtr/efe
TAGS