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Burkina Faso tem golpe de Estado e militares anunciam tomada de poder

10:35 | 17/09/2015
Enquanto tiros ecoavam pelas ruas, o militar Mamadu Bamba, do Regimento de Segurança Presidencial (RSP) de Burkina Faso foi à televisão nesta quinta-feira e anunciou que os militares tomaram o controle do país, após terem feito de reféns o presidente interino, Michel Kafando, e vários integrantes do governo, confirmando um golpe de Estado apenas algumas semanas antes das eleições.

O anúncio foi transmitido pela televisão e pela rádio. Em sua declaração, Bamba disse que o governo de transição do país tinha sido dissolvido e o presidente interino já não estava no poder.

Os líderes do golpe, que fazem parte de uma unidade da guarda presidencial de elite, tinham discordado publicamente com o governo de transição nos últimos meses e se identificaram como o Conselho Nacional da Democracia.

Sua declaração pública confirmou o golpe que muitos suspeitavam na quarta-feira, quando o presidente e o primeiro-ministro de transição foram presos e barricadas foram erguidas em torno da presidência.

Horas mais tarde, os líderes do golpe anunciaram que o general militar Gilbert Diendere, ex-assessor do ex-presidente Blaise Compaore, agora lidera Burkina Faso. Ele tinha sido chefe da guarda presidencial de elite até que o presidente Blaise Compaore, que estava no poder há 27 anos, foi deposto em um levante popular que foi provocado por sua tentativa de prolongar seu governo.

O comunicado disse ainda que as fronteiras terrestres e aéreas foram fechadas e que um toque de recolher estaria em vigor entre 19h e 6h.

A comunidade internacional rapidamente condenou o golpe, que violou a Constituição do país. Os Estados Unidos disseram que está "profundamente preocupado" sobre o desenrolar dos acontecimentos.

"Os Estados Unidos condenam fortemente qualquer tentativa de tomar o poder através de

meios extra-constitucionais ou resolver as divergências políticas internas usando a força", disse um comunicado emitido pelo porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby.

Na manhã desta quinta-feira, o comunicado lido pelo tenente-coronel Mamadou Bamba criticou o

código eleitoral, que bloqueou membros do partido do ex-presidente de participar nas eleições de 11 de outubro. Qualquer um que apoiou a candidatura do ex-presidente para

alterar a Constituição para que ele pudesse prolongar seu governo também foi proibido de participar.

Bamba na quinta-feira anunciou o início de um "coerente, justo e equitativo processo" que levaria à realização de eleições inclusivas. Fonte: Associated Press.

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