Alemanha abre investigação contra ex-presidente da Volks
Promotoria da cidade de Braunschweig anuncia inquérito contra Martin Winterkorn. Objetivo é averiguar papel do executivo no escândalo de manipulação de emissões de poluentes, que levou à sua renúncia.
A promotoria da cidade alemã de Braunschweig anunciou nesta segunda-feira (28/09) que abriu uma investigação criminal contra o ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn. O foco do inquérito será o papel do executivo no escândalo de manipulação de emissões de poluentes, que levou à sua renúncia.
"Na sequência de uma série de processos judiciais, os promotores de Braunschweig abriram uma investigação contra Martin Winterkorn, o ex-presidente da Volkswagen. A investigação terá como foco a alegação de fraude na venda de veículos com valores de emissões manipulados", afirmaram os promotores em comunicado.
Winterkorn renunciou ao cargo na última quarta-feira, dias depois de a Volkswagen admitir ter manipulado testes de emissão nos EUA, com um software em veículos a diesel que reduzia a quantidade de óxido de nitrogênio emitido em laboratório.
O escândalo se alastrou quando a montadora revelou, na última nesta terça-feira, que 11 milhões de seus carros a diesel vendidos no mundo estavam equipados com o software fraudulento. As ações da Volkswagen continuavam em tendência de queda ao meio-dia (horário alemão) desta segunda-feira, com queda de quase 7% por conta do escândalo.
De acordo com a mídia alemã, a Volkswagen vinha ignorando há anos os avisos de sua equipe técnica e da fornecedora de equipamentos Bosch de que um software, usado em um grande número de veículos, influenciava os testes de emissão de gases poluentes.
A Audi, controlada pela Volkswagen, afirmou nesta segunda-feira que 2,1 milhões de seus carros foram equipados com esses dispositivos. A empresa disse, ainda, que 577 mil desses veículos foram vendidos na Alemanha, e quase 13 mil, nos EUA. Os modelos atingidos incluem o A1, A3, A6, TT, Q3 e Q5.
Na última sexta-feira, o conselho de administração da Volkswagen anunciou que Matthias Müller, chefe da Porsche, seria o novo presidente da VW, e indicou que mais executivos da empresa deverão ser demitidos para que a montadora alemã, com sede em Wolfsburg, possa se restabelecer.
Citando fontes anônimas, a agência de notícias Reuters afirmou nesta segunda-feira que a Volkswagen suspendeu os chefes do setor de Pesquisa e Desenvolvimento da Volks, Audi e Porsche até que o escândalo seja totalmente esclarecido.
As autoridades alemãs pressionaram a Volkswagen ao estabelecer o dia 7 de outubro como prazo para que a montadora anuncie um plano para garantir que os carros a diesel da empresa atinjam os padrões nacionais de emissão de gases poluentes sem o uso do software manipulador.
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