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Merkel e Hollande defendem política migratória unificada para UE

15:27 | 24/08/2015
Em Berlim, líderes da Alemanha e da França expressam o desejo de um sistema comum de asilo, padronização da lista de países seguros e distribuição justa de refugiados entre os países-membros da União Europeia. A Alemanha e França exigiram nesta segunda-feira (24/08) uma resposta "unificada" para a pior crise de refugiados na União Europeia (UE) desde a Segunda Guerra Mundial. Em Berlim, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, defenderam o estabelecimento de uma política de migração comum para o bloco. "A Alemanha e a França esperam de todos os países-membros da UE a plena aplicação do direito de asilo", disse Merkel, após o encontro com o chefe de Estado francês. Segundo ela, essa responsabilidade estabelece, entre outros, padrões mínimos para os abrigos e o atendimento de saúde aos refugiados. Hollande afirmou que o bloco precisa estabelecer um sistema comum de asilo, o que também é essencial para o funcionamento do espaço Schengen. O presidente francês acrescentou que nenhum país pode assumir essa responsabilidade sozinho, e defendeu uma política de migração comum para a região. Merkel e Hollande também expressaram a importância da padronização da lista de países considerados seguros, utilizada para avaliar os pedidos de asilo. Até o momento, a classificação é estabelecida por cada país, internamente. Há anos se discute na UE a criação de uma lista comum para o bloco. O governo alemão argumenta que uma lista comum facilitaria a avaliação dos requerimentos de refugiados vindos de regiões de conflito, como a Síria ou o Iraque, acelerando o processo de definir quem tem realmente direito a asilo. Os líderes ressaltaram, ainda, a importância tanto de padrões comuns para a repatriação daqueles que tiveram seu pedido de asilo negado, quanto da distribuição equitativa dos refugiados na Europa. "Essa distribuição justa não está garantida no momento", comentou Merkel. A chanceler confirmou a criação de postos europeus de registro de refugiados na Itália e na Grécia até o final do ano. Alguns membros da UE acusam os países nas fronteiras externas de não registrarem corretamente os migrantes e de facilitarem sua passagem para outros países europeus. A Europa enfrenta a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo números oficiais, somente em julho mais de 107 mil migrantes chegaram à região, o triplo do registrado no mesmo mês do ano anterior. Ataques a refugiados Durante o encontro, Merkel voltou a condenar os protestos violentos contra refugiados, ocorridos na cidade de Heidenau, no leste da Alemanha. "É repulsivo como extremistas de direita e neonazistas tentam pregar mensagens de ódio camufladas", disse a chanceler, ressaltando que "vozes agressivas e xenofóbicas" não são aceitáveis de maneira alguma. Pelo menos 31 policiais alemães ficaram feridos em confrontos com um grupo de dezenas de extremistas em Heidenau, nas proximidades de Dresden, na madrugada de sábado para domingo. Manifestantes jogaram garrafas e pedras nos policiais para protestar contra a chegada de novos refugiados a um abrigo improvisado, instalado numa loja de materiais de construção, destinado a receber 600 pessoas. Encontro com Poroshenko Ainda nesta segunda-feira em Berlim, Merkel e Hollande reiteraram a importância do acordo de Minsk para a continuidade do processo de paz na Ucrânia. Após o encontro com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, a chanceler alemã e o presidente francês lamentaram que as medidas estipuladas no acordo assinado em fevereiro ainda não tenham sido cumpridas pela Rússia, e insistiram em sua obrigatoriedade. "Tudo precisa ser feito para que o cessar-fogo se torne uma realidade", disse Merkel. O presidente russo, Vladimir Putin, não foi convidado para o encontro em Berlim. CN/dpa/afp/lusa/rtr
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