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Explosões deixam 50 mortos em porto do norte da China

A primeira explosão foi sentida a vários quilômetros de distância do local. Uma bola de fogo iluminou o céu e cobriu a região do porto com uma nuvem de fumaça

11:11 | 13/08/2015
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Várias explosões gigantescas nesta quinta-feira em um depósito do porto de Tianjin, norte da China, deixaram pelo menos 50 mortos, mais de 700 feridos e um cenário de destruição, com edifícios incendiados, carros queimados e contêineres derrubados.

A primeira explosão foi sentida a vários quilômetros de distância do local. Uma bola de fogo iluminou o céu e cobriu a região do porto com uma nuvem de fumaça. "Quando senti a explosão, pensei que era um terremoto", disse Zhang Zhaobo, morador da região, à AFP.

"Corri até o meu pai e vi que o céu estava vermelho. Todos os vidros quebraram e senti muito medo", relatou. "A bola de fogo era enorme, talvez de 100 metros de altura", declarou Huang Shiting, de 27 anos, que mora em uma casa nas imediações da zona portuária.
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"Ouvi a primeira explosão e todo mundo saiu de casa. Depois aconteceu uma série de explosões. As janelas explodiram e muitas pessoas que estavam dentro de suas residências ficaram feridas. Elas saíram correndo para as ruas, cobertas de sangue", contou.

A agência estatal de notícias Xinhua anunciou um balanço de 50 mortos, incluindo 12 bombeiros, e 701 pessoas hospitalizadas, 71 delas em estado crítico. Segundo a conta no Weibo, o equivalente chinês do Twitter, do Centro Chinês de Vigilância de Terremotos, a magnitude da primeira explosão seria o equivalente a três toneladas de TNT, enquanto a segunda atingiria 21 toneladas do mesmo explosivo.

"A detonação foi aterrorizante. Quase desmaio", declarou à AFP Zhang Hongjie, um homem de 50 anos ferido e atendido no hospital TEDA, situado na zona portuária. Várias horas depois, as colunas de fumaça ainda eram observadas entre os escombros deixados pelas explosões.

O incêndio estava "sob controle inicial" durante a tarde, segundo a Xinhua, que citou o ministério da Segurança Pública, após o envio de mil bombeiros, 143 veículos de combate às chamas e uma unidade militar especializada em guerra química e bacteriológica, que auxilia nas operações.

Mas até o momento as autoridades não têm ideia do que pode ter provocado a detonação dos explosivos. A Xinhua descreveu as instalações como um centro de armazenamento e distribuição de mercadorias perigosas, algumas químicas. Executivos da empresa proprietária, Tianjin Dongjiang Port Rui Hai International Logistics, estão sob custódia policial.

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Wen Wurui, diretor da Agência de Proteção Ambiental de Tianjin, afirmou que foram detectados produtos químicos "venenosos e nocivos" no ar, mas que não são excessivamente altos na comparação com os níveis habituais". Organizações como o Greenpeace afirmaram, no entanto, que as substâncias podem ser perigosas e que é "fundamental" que o potencial tóxico seja controlado com rigor.

O presidente chinês, Xi Jinping, fez um apelo por "todos os esforços possíveis para resgatar as vítimas e extinguir o incêndio", segundo o canal estatal CCTV, enquanto o fogo não dá trégua. As autoridades temem que muitas vítimas permaneçam presas no local. Tianjin, situada 140 km ao sudeste de Pequim, é uma das maiores cidades do país, com quase 15 milhões de habitantes.

Polo industrial e um dos principais portos do norte da China, Tianjin é uma das quatro metrópoles do país com status de província, ao lado de Pequim, Xangai e Chongqing. As normas de segurança nos complexos industriais na China não são cumpridas rigorosamente, já que muitos proprietários preferem economizar pagando inspetores corruptos.

Em julho, 15 pessoas morreram e mais de dez ficaram feridas em uma explosão em um depósito ilegal de fogos de artifício na província de Hebei, no norte da China. Em agosto de 2014, ao menos 146 pessoas morreram na explosão de uma fábrica de autopeças em Kunshan, na região de Xangai.

AFP
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