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Causa de explosões na China segue desconhecida

18:32 | 13/08/2015
Mais de 200 especialistas trabalham em área portuária de Tianjin, onde explosões deixaram dezenas de mortos e centenas de feridos. Crescem pressão sobre autoridades por explicações e dúvidas sobre padrões de segurança. Autoridades estão investigando a causa de duas grandes explosões ocorridas numa área industrial de Tianjin, na China nesta quarta-feira (12/08), que deixaram 50 mortos e mais de 700 feridos. De acordo com a mídia estatal, uma equipe de peritos nucleares e químicos começou a trabalhar no local, enquanto a pressão por explicações aumenta. O grupo de 217 especialistas testou o ar ao redor da área para verificar a presença de gases tóxicos. As autoridades haviam pedido que as equipes de resgate usassem roupas de proteção nos arredores do local das explosões, um armazém para produtos perigosos, devido ao risco de vazamento de substâncias químicas, segundo a agência de notícias estatal Xinhua. O Greenpeace alertou sobre o risco na área, afirmando ser crucial que eventuais toxinas no ar fossem monitoradas de perto. Segundo o jornal do Partido Comunista People's Daily, equipes de resgate tentavam remover 700 toneladas de cianeto de sódio do local no fim desta quinta-feira. Wen Wurui, chefe do Departamento de Proteção Ambiental de Tianjin, declarou que substâncias químicas perigosas detectadas no ar não estavam em níveis "excessivamente altos". Numa entrevista coletiva, autoridades foram confrontadas com perguntas sobre que substâncias químicas estavam nos contêineres que explodiram, mas se recusaram a dar detalhes e encerraram a entrevista abruptamente. Segundo a Xinhua, vários contêineres teriam pegado fogo antes da primeira explosão. Padrões de segurança A falta de respostas sobre o que causou as explosões mais de 24 horas depois do incidente voltou a levantar dúvidas sobre os padrões adotados no país, onde críticos afirmam que vidas são sacrificadas devido à falta de segurança. No ano passado, uma explosão numa fábrica de peças automotivas deixou 75 mortos no leste do país. "É evidente que não há uma verdadeira cultura de segurança no local de trabalho na China", disse Geoffrey Crothall, porta-voz do China Labour Bulletin, órgão baseado em Hong Kong que defende os direitos dos trabalhadores chineses. A Xinhua descreveu o local dos incidentes como um centro de armazenamento e distribuição de contêineres de mercadorias perigosas incluindo produtos químicos. Executivos da empresa de logística proprietária do centro, a Tianjin Dongjiang Port Rui Hai Internarionalm Logistics, teriam sido detidos pela polícia. O site da empresa saiu do ar. Segundo a Xinhua, das 701 pessoas hospitalizadas após as explosões desta quarta-feira, 71 estariam em estado grave. Entre os 50 mortos, estariam 12 bombeiros. A agência noticiou que, no final da tarde de quinta-feira, 18 bombeiros estavam desaparecidos, e 66 estavam entre as centenas que foram internadas em hospitais da região. Cerca de mil bombeiros ainda estariam lutando para conter o fogo no armazém portuário. A Agência Nacional de Terremotos estima que a magnitude da primeira explosão tenha sido equivalente a detonar três toneladas de TNT, e a da segunda, ocorrida poucos segundos depois, a 21 toneladas do explosivo. De tão grandes as explosões foram detectadas por satélites no espaço e estremeceram residências a quilômetros de distância. Grandes áreas do porto de Tianjin, o 10º maior do mundo, foram devastadas. Contêineres foram derrubados, e centenas de carros novos e edifícios do porto foram devastados pelo fogo, segundo testemunhas. LPF/afp/rtr/ap
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