Argentina realiza eleições primárias para presidência e Congresso
Para os que aspiram à presidência, as primárias ajudam a calibrar como vão as campanhas para as eleições gerais de 25 de outubro e até que ponto devem se alinhar às políticas sociais do kirchnerismo. A Constituição impede a presidente de buscar um terceiro mandato.
O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, ex-vice-presidente, é o candidato do peronismo, partido da presidente. Ele elogiou as políticas de Cristina, mas também prometeu reformas necessárias e uma atitude mais amistosa nas relações exteriores.
Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires prestes a deixar o cargo e ex-presidente do clube de futebol Boca Juniors, é o principal nome da oposição. Ele prometeu um país melhor para as empresas e o fim das restrições à compra de dólares, uma promessa que o governo e alguns economistas consideram pouco realista.
Já Sergio Massa, que ocupou cargos eletivos e no governo e depois se distanciou da presidente, apresenta-se como independente e promete perseguir os políticos corruptos.
Scioli está há meses à frente nas pesquisas e os últimos levantamentos dão a ele vantagem de 10 pontos porcentuais sobre Macri. Na avaliação de Patricio Giusto, diretor do centro de estudos Diagnóstico Político, é a primeira vez em anos que há dois candidatos com chances de vencer no país.
Também neste domingo, serão eleitos candidatos para vários postos de governador e no Congresso. Somente os candidatos com ao menos 1,5% dos votos em suas disputas eleitorais podem prosseguir sua campanha eleitoral, o que na prática elimina muitos minoritários.
As primárias ocorrem em um quadro de dificuldades econômicas para o país. Analistas independentes estimam que a inflação subiu para mais de 30% e o peso argentino tem sofrido uma forte desvalorização ante o dólar nos últimos meses. Uma longa disputa com fundos de investimento se arrasta nos EUA, mantendo investidores estrangeiros à distância. Fonte: Associated Press.