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Alemanha espera recorde de 800 mil requerentes de asilo em 2015

16:20 | 19/08/2015
Estimativa é quase o dobro do número recorde de 1991, resultante dos conflitos durante o desmembramento da antiga Iugoslávia. Ministro do Interior pede mais empenho da União Europeia para resolver a crise migratória. A Alemanha espera receber até 800 mil requerentes de asilo em 2015, disse o ministro do Interior, Thomas de Maizière, nesta quarta-feira (19/08). A estimativa, caso concretizada, estabelece um novo recorde de refugiados chegando ao território alemão num único ano. "Este aumento é um desafio para todos nós", disse o ministro, ao anunciar a estimativa oficial do governo. A previsão anterior era de até 450 mil requerentes de asilo neste ano. De Maizière também pediu uma ação em nível europeu para contornar a crise migratória. A Alemanha, país mais populoso e economicamente mais forte da União Europeia (UE), tem encontrado dificuldades para acomodar o alto fluxo de migrantes provenientes de regiões em guerra, como a Síria e o Iraque, mas também de países sem conflito militar dos Bálcãs, como Albânia, Sérvia e Kosovo. O atual recorde de migrantes chegando à Alemanha é de 438.191 pessoas em 1991, quando um grande número de refugiados fugiu dos conflitos resultantes do desmembramento da Iugoslávia. No ano seguinte, o parlamento alemão alterou a Constituição do país para impor regras mais rígidas de asilo. No domingo, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, advertiu que a questão do asilo pode se tornar um desafio maior do que a crise econômica da Grécia e defendeu uma abordagem coordenada a partir de Bruxelas. De Maizière também pleiteou medidas organizadas pela UE. "Precisamos de soluções de curto, médio e longo prazo. Aqui [na Alemanha] e na Europa", disse o ministro. Dados publicados pelo Ministério do Interior, nesta quarta-feira, mostram que o número de pedidos de asilo tem aumentado exponencialmente na Alemanha. Em julho, os pedidos cresceram 5,1% em comparação com junho, somando 34.384 quase o dobro do ano passado. Em todos os sete meses de 2015, os sírios lideraram a lista de requerentes de asilo, com 44.417 pedidos quase três vezes mais do que no mesmo período do ano passado. Mas são os pedidos de pessoas vindas dos Bálcãs que se revelaram mais controversos. Nesta quinta-feira, De Maizière havia dito ser "inaceitável" que 40% dos requerentes de asilo na Alemanha sejam provenientes dos Bálcãs, classificando a situação como "um constrangimento para a Europa". Em recentes dias, a Alemanha começou a transmitir anúncios em emissoras de televisão em países dos Bálcãs, pedindo que as pessoas fiquem em seus países e salientando que, se migram por razões econômicas, têm quase nenhuma chance de conseguir asilo político. PV/afp/rtr
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