A presidente do Conselho Nacional de Resistência do Irã (CNRI, oposição no exílio), Maryam Rajavi, reagiu nesta terça-feira ao acordo alcançado entre as grandes potências e o Irã, lamentando que Teerã seja autorizado a continuar a enriquecer urânio.

"Se os países do 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha, China e Alemanha) tivessem sido firmes, o regime iraniano não teria nenhuma escolha a não ser continuar em um declínio total e um abandono definitivo da corrida armamentista nuclear", declarou em um comunicado.

"Mais especificamente, teria cessado todo o enriquecimento de urânio e colocado fim a seus projetos de produção de armas nucleares", ressaltou a opositora.

"Apesar das lacunas e concessões injustificáveis à ditadura religiosa" o acordo constitui "um recuo imposto" ao regime dos mulás em Teerã, acrescentou no comunicado.

Este recuo "vai aguçar a guerra no topo do poder e vai levar à quebra do equilíbrio interno em detrimento do líder supremo", considerou Maryam Rajavi, que prevê que "esta luta pelo poder no topo irá se propagar a todos os níveis".
"Agora, precisamos pressionar vigorosamente para acabar com a intromissão do regime na região e para que seja caçado de todo o Oriente Médio", considerou ainda a presidente do CNRI.

Esta organização, sediada na região de Paris, na França, é uma coalizão política de grupos de oposição iranianos, sendo os mais famosos os Mujahedin do Povo (MEK), uma organização considerada "terrorista" pela União Europeia até 2008 e pelos Estados Unidos até 2012.

É este movimento de oposição que em 2002 revelou a existência do programa nuclear do Irã.

AFP