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O mito Vincent Van Gogh

15:42 | 29/07/2015
Há 125 anos morria o pintor holandês, um desconhecido durante a sua vida e que hoje é considerado um dos maiores da história. Holanda, França e Bélgica celebram o seu legado. Vincent Van Gogh nasceu em 30 de março de 1853 em Zunder, na Holanda. Ele recebeu o nome do irmão que havia morrido no mesmo dia do ano anterior. Sob o espectro de ovelha negra, Van Gogh era considerado um fracassado pelos familiares. Foi ao lado deles que o pintor passou sua juventude, descrita por ele como fria e sombria. Antes de começar a pintar, Van Gogh morou em Londres e Paris, onde trabalhou como comerciante de arte. Aos 20 anos, era bem-sucedido na profissão e ganhava mais do que o pai. Mas uma desilusão amorosa fez com que eles se isolasse e se voltasse para a religião. No auge do fervor religioso, tentou tornar-se pastor e trabalhou como missionário. Impressões expostas Foi somente em 1879, quando se mudou para a pequena região de mineração de Borinage, na Bélgica, que começou a seguir sua verdadeira vocação: a pintura. Imerso no cotidiano dos mineradores que trabalhavam 700 metros abaixo da terra, Van Gogh passou a expressar suas impressões sobre a região em seus primeiros quadros. Além das pinturas, foi também por meio de cartas foram mais de 2 mil que o artista relatou suas impressões: seus escritos variavam de reflexões profundas sobre acidentes nas minas até a paixão tortuosa nutrida por Margot Begemann, com quem manteve uma relação amorosa trágica em 1884. Entre as cartas, 820 estão preservadas, e pelo menos 600 foram trocadas com o irmão, Theo, com quem desenvolveu um forte laço afetivo. De volta para casa Em 1883, após um período em Haia, onde chegou a ter uma relação com uma prostituta e a morar com ela e seus dois filhos, Van Gogh foi morar na casa dos pais que permanece intacta até hoje em Nuenen, na província de Brabante, na Holanda, para onde eles havia se mudado. Nessa época, as pinturas sobre a vida no campo refletiam sua própria vida: simples e melancólica, sem embelezamento como a famosa obra Os comedores de batata, produzida em esboços durante todo o inverno até ser concluída em abril de 1885. Uma nova fase Nesse mesmo ano, após a morte de seu pai, Van Gogh deixou Nuenen. Mudou-se para Antuérpia, na Bélgica, e, em seguida, com o apoio financeiro e com a companhia de Theo, para Paris. Foi na capital francesa que o pintor conheceu e foi influenciado por artistas como Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir. Em 1888 se mudaria mais uma vez, agora para Arles, no sul da França, onde desenvolveu um novo estilo de pintura: cenas cotidianas dotadas de cores mais fortes e vibrantes, contornos definidos e contrastes expressivos entre linhas e superfícies. Nesse mesmo ano Van Gogh produziria o famoso quadro A casa amarela e, em 1889, outro clássico: A noite estrelada. Van Gogh cometeu suicídio em 29 de julho de 1890, há exatos 125 anos, sucumbindo a uma doença mental. Ano de comemorações Em Eindhoven, na Holanda, a obra Noite estrelada (1889) é lembrada de uma maneira literalmente brilhante: mais de um milhão de luzes de LED simulam estrelas no chão de uma ciclovia. A experiência sensorial, denominada Van Gogh Bicycle Path, foi projetada pelo designer Daan Roosegaarde e faz parte de um conjunto de homenagens aos 125 anos da morte do pintor. Trinta instituições europeias realizam exposições e eventos culturais sob o nome de "125 anos de inspiração". Entre elas estão cidades holandesas, como s-Hertogenbosch e Otterlo, e também Mons, na Bélgica, eleita capital cultural da Europa neste ano. Participam ainda as cidades francesas de St. Remy, Arles e Auvers-sur-Oise onde o pintor cometeu suicídio com 37 anos, em 1890. Embora tenha sido na França que Van Gogh produziu as obras que o tornariam um dos pintores mais famosos do mundo, é na Holanda, onde nasceu, que há mais exposições em sua homenagem. Em 25 de setembro será inaugurada em Amsterdã a exposição Munch: Van Gogh, que abordará paralelos entre as obras do pintor com as do expressionista Edvard Munch o qual, no entanto, nunca conheceu. Autor: Sabine Oelze / Gabriela SoutelloEdição: Alexandre Schossler
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